Danos colaterais
As chuvas que assolaram o Estado ainda não tiveram suas consequências plenamente avaliadas em decorrência de danos colaterais que ainda estão sendo apurados
As chuvas que assolaram Minas, especialmente Belo Horizonte, Região Metropolitana e Zona da Mata, ceifaram vidas, desabrigaram milhares de pessoas e comprometeram a estrutura urbana de vários municípios, mas os danos não se esgotam aí. Embora em valores numéricos não haja, ainda, uma estimativa completa – na capital o prejuízo gira em torno de R$ 400 milhões -, os custos serão elevados, pois ainda há dados a serem levantados.
A Tribuna começou a avaliar com prefeituras e comércio as consequências das águas e obteve dados preocupantes. A queda de pontes cortou a linha de escoamento da produção, especialmente agrícola, que deve repercutir em aumento dos preços. O polo moveleiro de Ubá e de seu entorno dá prioridade a ações sociais, mas fará contas, já a partir da próxima semana, para levantar o prejuízo, sobretudo em razão dos custos que devem subir em razão da mudança de rotas.
O passo seguinte, no entanto, é reduzir danos com a recuperação de pontes e estradas, o que só será possível com a participação direta do Estado e da União. A visita do presidente Jair Bolsonaro a Minas é um fator importante, pois será possível saber o quanto o Governo federal vai disponibilizar para minimizar os problemas. Ao seu lado, certamente, o governador Romeu Zema também fará contas.
Há outras consequências: diversas prefeituras da Zona da Mata já anunciaram que vão cancelar o carnaval. Não há outra saída, mas para boa parte delas também significa não ter a presença do turista, que aquece a economia. Seria um contrassenso fazer festas em meio a tantos problemas e, sobretudo, justificar para o eleitor – em ano de disputa – a manutenção de eventos em detrimento de ações de recuperação da cidade.
Os institutos de meteorologia anunciam mais chuvas para o estado, implicando a atenção permanente dos organismos de defesa civil. Mesmo com os temporais caminhando para outras regiões, é necessário compreender que a adoção de políticas preventivas é uma questão permanente ante a simples constatação. No ano que vem tem mais chuva pela frente.