Onde estão nossas perguntas?, questiona última matéria de série

Num mundo cada vez mais dominado pelas respostas, pesquisadores discutem como o conhecimento pode nortear a sociedade para a virtuose ou para o caos, criando refugiados ou refúgios


Por Mauro Morais

24/01/2020 às 07h00- Atualizada 24/01/2020 às 07h02

  Que é o conhecimento? Como ele se dá? O que é a verdade? Perguntas como essas foram reproduzidas incontáveis vezes ao longo dos últimos anos, décadas, séculos e milênios. Resposta, não há. “Minha orientação filosófica me sugere pensar que a noção de ‘conhecimento’ é plenamente avessa à precisão. Deixando-me orientar por Bertrand Russell, compartilho da ideia de que todo conhecimento é, em grande medida, duvidoso, provisório. Parece-me que os conhecimentos aos quais chegamos são ensaios, tentativas de compreensão, que não esgotam suas reformulações e/ou revisões. Nossas crenças, no meu modo de ver, aquelas que sustentam os conhecimentos, todos eles, precisam, constantemente, serem alargadas pelo bom senso, pela razoabilidade. Além disso, não está posto qual é o grau de dúvida que torna o conhecimento mais ou menos conhecimento”, pontua a professora de filosofia da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora Rita de Cassia Pimenta de Araújo Campelo. “Talvez, possamos encontrar um pouco de conforto se aderirmos à ideia de que conhecimento é um tipo de crença verdadeira. Mas, o que é a verdade? Mais uma dificuldade! Tendo em vista as filosofias que me orientam, esta dificuldade pode ser resolvida se considerarmos que a verdade se manifesta como aquilo que é útil, ou seja, o útil diz respeito à possibilidade de expandir nossa compreensão da realidade e de nossas experiências no mundo, de promover e aperfeiçoar a vida humana, aumentando a solidariedade, a cooperação, a comunicação e o intercâmbio entre nós. Dos pré-socráticos até os nossos dias, o conceito de conhecimento em muito se transformou”, afirma. Continue lendo aqui.

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