Quanto tempo te resta de vida?

O Colunista Thiago Vianna comenta sobre a teoria da brevidade da vida , do filósofo Sêneca escrita há 4 a.C e sugere uma reflexão sobre o tema.


Por Thiago Vianna

10/01/2020 às 09h57- Atualizada 10/01/2020 às 09h59


Um novo ano começando e junto com ele o sentimento de esperança invade nossas vidas.
Muitos aproveitam para projetar metas, definir estratégias e idealizar conquistas. Mas a maioria desiste ou perde a determinação com o tempo.
A correria do dia a dia, a rotina de trabalho estressante, os compromissos financeiros e as intermináveis horas dedicadas às redes sociais roubam um tempo importante de nossas vidas e, por vezes, desviam nossa atenção das metas e objetivos que foram definidos para o ano novo, quando no auge da esperança e invadido pelo sentimento de alegria, idealizamos vários desejos que ainda não conquistamos.
No ano 4 a.C um homem chamado Lúcio Anneo Sêneca se tornou um dos mais conhecidos filósofos da antiguidade por escrever a obra “Sobre a Brevidade da Vida” uma sequência de cartas direcionadas a Paulino, que ocupava o cargo de chefe dos depósitos no antigo Império Romano. Para Sêneca “não temos exatamente uma vida curta, mas desperdiçamos uma grande parte dela. A vida, se bem empregada, é suficientemente longa e nos foi dada com muita generosidade para a realização de grandes tarefas”, relatou ele.
É incrível imaginar que mais de dois mil anos se passaram e na essência ainda somos os mesmos. Quantas vezes já nos lamentamos por exercer uma atividade ou profissão que não nos satisfaz, mas que insistimos pelo desejo sem fim pelo dinheiro? Já imaginou quanto tempo dedicamos às pessoas que não nos acrescentam ou às intermináveis horas navegando em redes sociais em busca de conteúdo de pouca ou nenhuma relevância?

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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida ao nascer, em 2019, é de 80 anos para mulheres e de 73 anos para homens. Se subtrairmos o tempo que perdemos com o que não nos faz bem de verdade, quanto tempo restaria?
Em uma de suas cartas, o filósofo também diz: “se pudéssemos apresentar a cada um a conta dos anos futuros, da mesma forma que se faz com os que já passaram, como tremeriam aqueles que vissem restar-lhes poucos anos e como economizariam! Pois se é fácil administrar o que, embora pouco, é certo, deve-se conservar com muito cuidado o que não se pode saber quando acabará”. Muitos planejam dedicar toda sua energia e disposição ao trabalho e a busca pelo sucesso financeiro até que possam finalmente se aposentar e desfrutar de uma vida tranquila. Mas qual é a garantia de que viverá uma vida tão longa?


Para Sêneca viver e existir são coisas diferentes. “Viver é algo mais intenso, ao contrário de existir, que consiste em simplesmente ver o tempo passar sem fazê-lo render”. O tempo é um bem imperceptível e talvez por isso não seja valorizado e costuma ser observado apenas quando o ser humano tem consciência de sua finitude.
Os ensinamentos do filósofo atravessam os anos e se fazem presentes ainda nos dias de hoje, propondo uma reflexão sobre nossos valores, mas, principalmente, nos mostrando a importância de viver o presente sem se lamentar pelo passado e, tampouco, se angustiar pelo futuro.

 

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FICHA TÉCNICA:
Saúde RH
Estr. Eng. Gentil
Forn, 1805
Morro do Cristo
Revisão e Edição:
Thaíza Almeida e Maíra Andrade
Fotos:
Arquivo pessoal
Freepik
Pesquisa:
Sobre a Brevidade
da vida – Sêneca

 

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