Pesquisa revela perfil do consumidor juiz-forano
Primeira etapa do estudo apresenta dados sobre sexo, idade, religião, renda familiar e região em que moram aqueles que compram na cidade
Conhecer o público alvo é necessário para qualquer tipo de negócio ser bem sucedido. Em Juiz de Fora, que tem nos setores de comércio e serviços as principais vocações econômicas, este conhecimento é uma estratégia fundamental. Pensando nisso, a empresa Sieg Informação e Pesquisa, em parceria com o Grupo Solar Comunicação, realizou o estudo “Perfil do Consumidor Juiz-forano”, com a proposta de apresentar as características socioeconômicas e os hábitos de consumo de quem mora na cidade. A partir destes resultados foi possível identificar um perfil geral do município e, também, dos consumidores de cada uma das dez regiões analisadas.
Para a realização do estudo, foram considerados os dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do plano diretor municipal e a base de dados da própria empresa. “O universo da pesquisa foi a população residente na sede do município (98,6%), que com base na estimativa 2019 do IBGE é de 560.909 habitantes. Avaliamos 78 agrupamentos de bairros, que foram divididos em dez regiões conforme o limite geográfico”, explica o economista e diretor da Sieg Informação e Pesquisa, Antônio Carlos Vandanezi Alvim.
Segundo ele, a divisão das regiões também considerou a presença de bairros que polarizam o consumo (ver quadro). “A Zona Norte, por exemplo, aparece segmentada. Identificamos que Benfica é a referência para bairros que estão localizados até o Francisco Bernardino. Já os moradores de Carlos Chagas, Cerâmica, Monte Castelo e entorno têm o Bairro Fábrica como polo de consumo.”
A equipe de pesquisa foi a campo entre os dias 12 e 20 de outubro, quando entrevistaram 2.466 famílias. Os entrevistados tinham idade a partir de 15 anos. “A robustez da amostra permitiu manter a representatividade dos dados estratificados por região. O objetivo da pesquisa é conhecer o perfil do consumidor com base em quatro informações principais: quem é, quais são os hábitos, quais são as posses de bens e serviços e se possui animais de estimação”, adianta o pesquisador.
As informações das quatro etapas do estudo serão apresentadas em uma série de reportagens feita pela Tribuna de Minas, publicada aos domingos, a partir de hoje.
Público feminino é maioria
A primeira etapa da pesquisa buscou identificar “quem é” o consumidor juiz-forano. Para isso, foram levantadas informações sobre sexo, faixa etária, religião, renda da família e região em que mora. Desta forma, foi observado que o público feminino supera o masculino. As mulheres representam 53% do total de residentes na cidade, enquanto os homens somam 47%. Com relação à idade, 59% da população têm até 39 anos.
Catolicismo é predominante
O estudo revelou, ainda, que o catolicismo é predominante (56%). Em número menor estão evangélicos (26%), espíritas (6%) e praticantes de outras religiões (2%). O percentual de entrevistados que informou não seguir nenhuma crença foi de 13%. “Inserimos esta questão no estudo, pois entendemos que a religiosidade também norteia o consumo das pessoas”, afirma Vandanezi. “Tendo como base estudos anteriores realizados pela Sieg, observamos um crescimento considerável do público que afirma não ter religião.”
Renda familiar: 39% ganham
entre dois e cinco salários
Na análise econômica, 39% das famílias possuem renda entre dois e cinco salários mínimos. O restante da população se divide entre os mais ricos e mais pobres da cidade: enquanto 30% têm renda de até dois salários mínimos, 31% afirmaram ganhar acima de cinco salários.
Benfica e adjacências têm maior número de consumidores
A região que compreende Benfica e os bairros adjacentes é a que possui maior número de consumidores, um total de 105.409, o que corresponde a 18,8% dos residentes no município. Em seguida aparece a área de Manoel Honório e adjacências, somando 73.816 habitantes, o que representa 13,2%. Com um total de 59.325 residentes, a região que engloba Santa Luzia e os bairros do entorno é a terceira mais populosa, concentrando 10,6% dos consumidores juiz-foranos.
Terceira idade tem maior presença na região central
Na análise regional dos dados, o estudo mostrou que a região central – com extensão do Bairro Granbery até o Mariano Procópio – possui a maior concentração de idosos: 22% dos moradores têm 60 anos ou mais. Segundo Vandanezi, isto pode ser explicado pelas facilidades que a região oferece. “É uma área que não exige grande deslocamento para o acesso a vários serviços”, avalia. “Além disso, a própria história de como foi a ocupação do município contribui para que as famílias mais antigas ainda estejam presentes nesta região.”
Ao contrário do que foi observado no perfil geral do município, que revelou que o público de até 39 anos é maioria em Juiz de Fora (59%), a região central é a única em que a presença de moradores desta faixa etária é igual (50%) a daqueles com 40 anos ou mais.
O estudou mostrou, ainda, que a região que compreende os bairros entre São Mateus, Mundo Novo e Bom Pastor é a segunda com maior presença de idosos, um total de 18%. “Também são bairros que oferecem muitas facilidades de acesso aos serviços. Além disso, tanto nesta área, quanto na região central, temos a presença de famílias com maior poder aquisitivo, o que contribui para a longevidade.”
Região de São Pedro é a mais eclética
Quando o assunto é religião, apenas a região do Bairro São Pedro e adjacências apresenta dados mais diversificados em comparação com o perfil geral do município. Nesta localidade, embora o catolicismo seja a principal crença, ele não é praticado pela maioria dos moradores, o que torna a margem de diferença entre as outras religiões menor.
Desta forma, a área é a que se apresenta de forma mais eclética, em que 39% são católicos; 26% evangélicos; 19% não têm religião; 13% espíritas; e 3% são praticantes de outras religiões. “Esta é uma área que tem um público bem heterogêneo, e este resultado exemplifica bem esta característica”, diz Vandanezi.
Estratégias e próxima edição
Para o pesquisador, a base de dados oferecida pela pesquisa “Perfil do Consumidor Juiz-forano” pode auxiliar futuros empreendedores na abertura de novos negócios, assim como, na criação de estratégias de vendas e posicionamento no mercado das empresas já existentes. “É um estudo que mostra quem é o consumidor de Juiz de Fora. A partir deste conhecimento, que foi estratificado também pelas regiões, qualquer negócio poderá nortear suas ações.”
No próximo domingo (8), a Tribuna irá divulgar os resultados da segunda etapa do estudo, quando serão apresentadas a rotina e os hábitos dos consumidores. Nesta etapa, foram levantadas informações como atividade principal, meios de transporte que utiliza, esporte que pratica e como aproveita o tempo de lazer.
Tópicos: Perfil do Consumidor Juiz-forano