Reajuste da tarifa de ônibus em JF entra em discussão

Settra irá apresentar planilha de custos que embasa novo valor da passagem em reunião na segunda-feira


Por Gracielle Nocelli

09/11/2019 às 07h00- Atualizada 09/11/2019 às 16h08

Apesar da redução de usuários, a frota teria aumentado, passando de 589 ônibus, em 2016, para 594, em 2019, além de mais 22 veículos de pequeno porte (Foto: Fernando Priamo)

O Conselho Municipal de Transportes irá se reunir, na próxima segunda-feira (11), para avaliar o aumento da tarifa de transporte coletivo urbano de Juiz de Fora. Na ocasião, a Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) irá apresentar os cálculos da planilha de custos que serve de base para a definição do reajuste. A Tribuna entrou em contato com a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), na sexta-feira (8) à tarde, para saber qual valor será proposto na reunião. No entanto, foi informada que os cálculos ainda estavam sendo reavaliados e que “a perda significativa de usuários pagantes para o transporte por aplicativo irá impactar profundamente a revisão”.

Além da queda da demanda, a planilha de custos deve considerar a fórmula paramétrica com índices públicos como, por exemplo, diesel, convenção coletiva e IGP-DI. Tradicionalmente, os integrantes do conselho recebem estes cálculos junto com o ofício de convocação para o encontro. Alguns deles foram procurados pela Tribuna, ainda na sexta, e também não informaram qual foi o novo valor proposto para a tarifa. Apesar disso, confirmaram o convite para a reunião na qual irão discutir o assunto.

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O conselho tem caráter consultivo. A definição do valor exato a ser cobrado nas roletas será feita pelo prefeito Antônio Almas (PSDB), via decreto. O último reajuste da tarifa de ônibus ocorreu em novembro do ano passado, quando o valor da passagem subiu 8%, passando de R$ 3,10 para os atuais R$ 3,35.

Redução de 1,5 milhão de usuários pagantes

Na avaliação dos consórcios que exploram o setor, a planilha deve considerar cada item que compõe os custos do sistema de transporte público. “A folha de pagamento representa 50% dos gastos, e o combustível, em torno de 20%. No entanto, é a perda de passageiros para o transporte por aplicativo que tem causado desequilíbrio. Em 2017, nós tínhamos 8,5 milhões de usuários pagantes por mês. O estudo mais recente, feito na última semana, mostrou que este número caiu para 7 milhões”, afirma Rafael Santana, que neste assunto representa os consórcios Via JF e Manchester. A representatividade foi confirmada pela assessoria do Consórcio Via Manchester, já que Rafael é o diretor do grupo CSC, que assumiu a Ansal em 2015.

Frota
Apesar da redução de usuários, Rafael afirma que a frota aumentou no período, passando de 589 ônibus, em 2016, para 594 em 2019, e mais 22 veículos de pequeno porte. “O número que temos hoje está superdimensionado. Na verdade, precisamos realizar uma otimização do sistema.”

Sobre a renovação dos coletivos, ele explica que o processo tem ocorrido anualmente, conforme estabelecido em contrato. “Temos obrigação contratual de manter a idade média da frota de cinco anos. Em 2019, inserimos 61 carros novos. Até junho do ano que vem, temos que fazer outras renovações.”

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