Mulher fica uma hora aguardando resgate em ribanceira

Veículo rodou em curva na União e Indústria, rompeu cerca e parou no meio de despenhadeiro de cerca de 30m


Por Sandra Zanella

07/11/2019 às 15h45

Bombeiros e Samu atenderam à ocorrência na Estrada União e Indústria (Fotos: Sandra Zanella)

Uma mulher de 41 anos precisou manter a calma por mais de uma hora, sem fazer movimentos bruscos, após o carro que dirigia parar no meio de uma ribanceira, com cerca de 30 metros de altura, às margens da Estrada União e Indústria, Zona Sudeste de Juiz de Fora. O acidente aconteceu na manhã desta quinta-feira (7), quando a empresária retornava para casa em Matias Barbosa. Acostumada a fazer o trajeto, ela teria sido surpreendida pela pista escorregadia devido à chuva. O veículo rodou no asfalto pouco depois do acesso ao Bairro Granjas Bethel, arrebentou uma cerca de mourões com arame farpado, chocando-se também contra a ponta de uma defensa metálica, e parou de ré no abismo, a menos de 10 metros da rodovia.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o automóvel teria sido retido por uma estrutura de captação de água pluvial. A pequena elevação em relação ao terreno teria ajudado a “frear” o carro, mas a situação era instável. A partir daquele ponto, o abismo ficava ainda mais íngreme. Como a motorista permaneceu consciente após o acidente, ela conseguiu ligar para o irmão, 43, e mandar sua localização, no trecho da estrada entre os radares de 40 e 60 km/h. “Peguei uma corda que tinha em casa e vim correndo. Desci até lá, passei no para-choque e amarrei na mureta aqui em cima, até os bombeiros chegarem”, contou o também empresário, com os braços arranhados devido ao mato alto. “Cheguei do lado da janela e ela estava bem, mas falou que não queria se mexer, com medo de o carro cair.”

PUBLICIDADE

O empresário e a irmã caçula, 30, acompanharam apreensivos o trabalho de resgate, que durou mais de uma hora. A motorista havia entrado em contato com a família às 11h15 e começou a ser retirada do carro por volta das 12h30. Mas os procedimentos de imobilização ainda demoraram. Ela foi colocada em uma prancha e puxada pelos militares por meio de corda até o nível da rodovia. Uma equipe do Samu também estava de prontidão para recebê-la. Após a primeira avaliação no local, o médico responsável informou que a vítima não apresentava escoriações ou sinais de fratura, apenas reclamava de dores na cervical. Ela foi encaminhada para atendimento médico na Santa Casa.

“O que evitou que a queda fosse maior foram as ondulações no terreno, que ajudaram a frear um pouco o veículo, até a chegada da rede de captação de água, onde ficou equilibrado. Felizmente ela teve a calma e a paciência de verificar a situação e aguardar a chegada do Corpo de Bombeiros. O irmão dela fez o acionamento, e chegamos rapidamente, iniciando todos os procedimentos”, informou o militar responsável pelo socorro, tenente Marcelo Holladery.

O oficial contou que a primeira atitude da equipe foi verificar as condições da condutora. “Ela estava bem, consciente, verbalizando, e tentamos acalmá-la o máximo possível para que também não se mexesse muito. A partir daí iniciamos a estabilização do veículo (amarrado no caminhão), para que houvesse condição segura para trabalharmos e, posteriormente, retiramos a vítima, imobilizando-a.” Após o resgate da motorista, os militares avaliaram se havia mais algum risco, enquanto era aguardada a chegada de um guincho para remover o carro.

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.