Mercedes propõe transferência e causa insegurança em trabalhadores juiz-foranos
Funcionários temem demissão em massa após empresa sugerir que parte da equipe de produção, com 350 postos, seja direcionada para São Bernardo
Funcionários da fábrica da Mercedes-Benz em Juiz de Fora que trabalham na produção do caminhão Actros temem a possibilidade de demissão em massa. Isto porque, a partir do segundo semestre de 2020, a empresa irá concentrar a fabricação dos veículos na planta de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Atualmente, cerca de 350 trabalhadores atuam nesta área na unidade juiz-forana. Para evitar o grande número de desempregos, a solução apresentada foi a transferência de parte do grupo. No entanto, esta alternativa não tem agradado os funcionários.
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Nesta terça-feira (5), representantes do Sindicato dos Metalúrgicos e da Mercedes se reuniram para discutir o assunto. Procurada pela Tribuna, a assessoria da empresa informou que “desde 2014, anunciou investimentos para concentrar toda a produção de cabinas em Juiz de Fora e a fabricação de caminhões em São Bernardo do Campo. Nesse contexto, chegou a hora de iniciar as conversas com os colaboradores, com o intuito de reorganizar as atividades na unidade mineira”, explicou em nota.
O texto confirma o interesse na transferência dos funcionários. “Estamos oferecendo a possibilidade de realocar parte dos colaboradores da linha de montagem de caminhões de Juiz de Fora para as áreas de pintura e montagem bruta de cabinas dessa unidade e a alternativa de transferência para a planta de São Bernardo do Campo.” Ainda de acordo com a Mercedes, a reorganização das atividades tem sido conduzida “de forma transparente ao longo desse período perante os colaboradores e representantes do sindicato local”.
Insegurança
O posicionamento da empresa tem causado insegurança entre os trabalhadores juiz-foranos. “Foram realizadas palestras para explicar a situação. Ficou claro que quem não optar pela transferência será demitido”, afirmou um funcionário que preferiu não se identificar. “Os novatos estão dando nome pelo medo de perder o emprego, mas muitas pessoas não querem sair da cidade. Nós gostaríamos de ficar aqui, que a empresa trouxesse um novo projeto e, assim, garantisse os empregos. Não entendemos porque quando uma atividade dá certo, eles retiram de Juiz de Fora e levam para outro lugar.”
Outro trabalhador relata a preocupação com que pode vir a acontecer. “Não tenho como sustentar a minha família em São Paulo com o salário que eu ganho aqui. O pessoal está inconformado, e os que estão se dispondo para a transferência é pelo medo de ficar desempregado. A gente sabe que a situação está difícil, mas muitos não têm como levar a família para lá. Sendo assim, vão ocorrer demissões em massa.”
A Tribuna fez contato com a direção do Sindicato dos Metalúrgicos, mas não conseguiu o retornou sobre a reunião até o fechamento desta edição.
Tópicos: Mercedes-Benz