“Malévola” está de volta na pele de Angelina Jolie

Continuação do longa de origem lançado em 2014, estreia nesta quinta (17)


Por Júlio Black

17/10/2019 às 07h00

Sempre a meio limão da vilania, Malévola não fica nada feliz quando a filha adotiva vai conhecer a futura sogra (Foto: Divulgação)

Terceira produção da Disney a levar para o live-action algumas das clássicas animações do estúdio, “Malévola” apostava num caminho diferente ao mostrar a origem de uma das mais conhecidas vilãs dos contos de fada, humanizando a personagem a ponto de ela ser vista como uma anti-heroína. Apesar de uma trama pouco original, de desenvolvimento frouxo, previsível, com um CGI nada convincente, o longa acabou por ganhar uma continuação. “Malévola: Dona do Mal”, que estreia nesta quinta-feira, veio ao mundo por três apenas três (convincentes) motivos: a atuação de Angelina Jolie, que nasceu para o papel da vilã; o carisma de Elle Fanning como a Bela Adormecida; mas, principalmente, pelos US$ 758 milhões de bilheteria – verdadeira razão para a Disney voltar a apostar nesse filão, que parece correr o risco de se esgotar mais rapidamente que os filmes de super-herói.

O motivo para essa desconfiança, apesar de filmes como “O Rei Leão” e “Alladin” passarem do bilhão de doletas, está no fato de forçar uma continuação no que deveria ser apenas um filme de origem – ainda que, em sua origem no século XVII, “A Bela Adormecida” tenha uma espécie de “continuação”, da qual o longa utiliza quase nada. A produção lançada em 2014 bastaria por si só com o desfecho da trama – o tradicional “e viveram felizes para sempre” -, mas, como o dinheiro fala mais alto, lá vamos nós para a quarta adaptação em live-action da Disney apenas em 2019, trazendo o norueguês Joachim Rønning na direção, substituindo o diretor do primeiro filme, Robert Stromberg.

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De vilã a mãezona

No filme de 2014, Malévola (Jolie) era uma fada boazinha – e última de sua espécie – que cai na conversa de um moleque que, anos depois, comete a maior das traições para assumir o trono do reino vizinho aos Moors, onde ela vive. Tempos depois, cheia dos rancores, ela assume o clichê da vilã de contos de fadas e roga uma praga que não pode ser quebrada contra a filha do seu ex-crush.

Porém, anos depois, ao ver a menina crescer, ela cai de amores por Aurora (Elle Fanning), a consciência pesa e, apesar da loucura do rei, consegue quebrar a maldição ao ser a executora do tal beijo de amor verdadeiro. Todo mundo fica feliz – menos o rei, que morre -, Aurora é coroada a rainha dos Moors e vai morar na floresta com Malévola, que acreditava desde a infância ser sua fada madrinha e, depois de tudo, é vista por ela como uma mãe adotiva.

Ah, sim, havia um príncipe na parada, Phillip (na ocasião interpretado por Brenton Thwaites), cujo beijo não despertou a Bela Adormecida, mas que ao final da história estava por lá, cercando Aurora feito mosca em padaria. E é por causa dele que o caldo vai desandar em “Malévola: Dona do Mal”. Anos depois dos eventos do primeiro filme, Aurora e Malévola estão felizes nos Moors, e Phillip – agora com a fuça de Harris Dickinson – pede a jovem em casamento, que aceita de pronto. Malévola, claro, fica nada feliz com a novidade, uma vez que ela praticamente havia assumido o posto de mãe superprotetora, mas até aí (quase) tudo bem.

Michelle Pfeiffer interpreta a Rainha Ingrith, que se torna a nêmese da protagonista do longa da Disney (Foto: Divulgação)

De volta às maldades

Problema mesmo será o jantar em que as duas vão conhecer a mãe do príncipe, a Rainha Ingrith (Michelle Pfeiffer), que já trata a futura nora como uma filha, mas lá no fundinho considera todas as criaturas mágicas – caso da mãe adotiva da moça – uma ameaça para o mundo dos homens. Não demora muito para uma série de acontecimentos fazer com que Malévola fique com o coração mais uma vez endurecido, aquele verdadeiro poço de mágoas, e lá vai Angelina Jolie entrar numas de “ai, como sou malvada”, entrar em guerra com os seres humanos – esquecidos do fato de que foi ela a responsável por quebrar a maldição de Aurora – e descobrir que não é a última de sua espécie.

Se o “Malévola” de 2014 já não era lá essa Coca-Cola toda, o plot desta nova história parece, em muitos aspectos, repetir a trama original. Esperamos que seja apenas uma (má) impressão.

Malévola: Dona do Mal
UCI 1 (dub): 16h, 21h15. UCI 3 (3D/dub): 13h, 15h25, 20h15. UCI 3 (3D/leg): 17h50, 22h35. Cinemais Alameda 1 (dub): 16h20, 19h. Cinemais Alameda 4 (3D/dub): 14h, 16h20, 18h40. Cinemais Alameda 4 (3D/leg): 21h. Cinemais Jardim Norte 4 (3D/dub): 14h, 16h20, 18h40. Cinemais Jardim Norte 4 (3D/leg): 21h. Cinemais Jardim Norte 6 (3D/dub): 13h30, 15h50, 18h10, 20h45. Santa Cruz 1 (dub): 15h45, 18h10 e 20h45. Classificação: 10 anos

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