Juiz-forano é 5º em ultramaratona encerrada por tiroteio no Rio

Rodrigo Campos correu 130km em 19 das 24 horas programadas da Rio Ultra, na Vila Olímpica; não houve atleta ferido


Por Bruno Kaehler

07/10/2019 às 20h33

Rodrigo exibe o troféu de quinto colocado na Rio Ultra, após o susto do tiroteio (Foto: Arquivo pessoal)

O atleta local Rodrigo Campos conquistou a quinta colocação na disputa da Rio Ultra 24h, após 130 quilômetros corridos entre o sábado (5) e o domingo (6), com 326 voltas concluídas na pista de atletismo da Vila Olímpica Mato Alto, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ). À Tribuna, ele relembrou a experiência, iniciada com o objetivo de alcançar a marca de 200 quilômetros.

“Comecei a prova na busca do meu sonho, porém o sol que fez o dia todo castigou demais todos os atletas. Quando foi por volta de 17h e o sol começou a se por, todos os atletas que correram com uma sensação térmica acima dos 40 graus já estavam bem exaustos e desgastados. Por volta de 11h de prova (20h), vi que não conseguiria mais alcançar a meta dos 200km, porém me mantive o tempo todo na pista, alternando corrida e caminhada. Fui ganhando posições ao longo do dia, até me estabilizar na sexta posição geral e primeiro da faixa etária. Na madrugada, um competidor que estava em terceiro geral parou para dormir. Com isso, consegui ganhar uma posição. Quando o mesmo competidor voltou para a pista, eu estava três voltas à frente dele”, relatou Rodrigo.

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Com quase 19 horas de evento, contudo, por volta das 4h da manhã, um tiroteio em comunidade vizinha à Vila Olímpica foi iniciado, forçando o encerramento da prova. “Para ser sincero, pegou tiro dentro da pista, nas grades que cercam a mesma”, revela Rodrigo.

Em comunicado, a organização explicou que, diante do cenário de confrontos entre traficantes e milicianos nos últimos dias na cidade, esteve em contato constante com a Polícia Militar. Contudo, equipes do 18º BPM realizaram, no início da manhã do sábado, uma operação na comunidade, desencadeando o tiroteio. Ainda segundo a Rio Ultra, os traficantes teriam confundido os atletas com milicianos e disparado na direção da Vila Olímpica, sem nenhum ferido. “Se para cariocas, que estão ‘acostumados’, é uma experiência ruim, imagina para as pessoas de outros estados e países presentes na prova”, expôs a organização.

Tópicos: corrida

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