Acusado de executar mulheres é condenado a 55 anos de prisão
Tairine Lobo e Josiane Militão foram mortas a tiros em 2017 no São Benedito; outros quatro réus já haviam sido julgados
Um homem de 38 anos acusado de ter sido o executor do duplo homicídio qualificado de Tairine Lobo dos Santos, 26, e Josiane Militão da Rocha, 43, foi condenado a 55 anos de prisão, em regime inicialmente fechado. As mulheres foram assassinadas com vários tiros no dia 13 de outubro de 2017, dentro de uma casa na Rua Araxá, no Bairro São Benedito, Zona Leste de Juiz de Fora. O julgamento popular aconteceu na última sexta-feira (4) no Tribunal do Júri e foi presidido pelo juiz Paulo Tristão. O réu, Wesley Adriano Coelho dos Reis, teve negado o direito de recorrer em liberdade “por ser reincidente e ter maus antecedentes”. Segundo a assessoria da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), ele permanece preso na Penitenciária Professor Ariosvaldo Campos Pires desde 22 de novembro de 2017.
Quatro jovens, com idades entre 20 e 24 anos, acusados de participação no crime, já haviam sido julgados em novembro do ano passado e também condenados. Lucas Wesley da Costa Melo, 24, recebeu pena de 38 anos e seis meses de reclusão, enquanto Wenderson Pablo Luiz da Silva Augusto, 21, foi punido com 38 anos. Bernardo Silva, 21, por sua vez, pegou 34 anos de prisão. Já Filipe Luciano Gonçalves da Silva, 20, foi sentenciado a 27 anos e oito meses. Além dos dois assassinatos, os cinco réus responderam também por porte ilegal de arma de fogo.
Os julgamentos aconteceram em datas distintas porque Wesley, apontado como o atirador do bando, teve seu processo desmembrado por, na época, ainda estar recorrendo da decisão de ter sido pronunciado. Para a promotoria, os outros quatro envolvidos “aderiram à conduta, prestando-lhe apoio moral e material, na medida em que também estavam armados, dando cobertura logística à execução dos homicídios, garantindo o êxito”.
Segundo o MP, Wesley agiu por motivo torpe, devido a rivalidades relacionadas ao tráfico de drogas e a homicídios de conhecidos dele e das vítimas. Além disso, dificultou a defesa das mulheres, ao surpreendê-las dentro de casa com os disparos. Ele teria aberto fogo inicialmente contra Tairine, morta com quatro tiros e, em seguida, executado Josiane, com seis disparos na cabeça e um no pescoço.
Na sentença, o juiz destacou que o réu estava em prisão domiciliar, invadiu a casa das vítimas, usando um colete à prova de balas da PM, demonstrando destemor à Justiça e crença na impunidade. Uma das filhas de Josiane, que sofre de paralisia cerebral e tinha 19 anos na ocasião, presenciou a morte da mãe.