Greve dos Correios chega ao segundo dia em Juiz de Fora

Categoria mobilizou trabalhadores nesta manhã na unidade do Bairro Santa Terezinha; movimento já compromete serviços


Por Gracielle Nocelli

12/09/2019 às 10h03- Atualizada 13/09/2019 às 07h38

Trabalhadores se reuniram na manhã desta quinta-feira na unidade no Bairro Santa Terezinha (Foto: Olavo Prazeres)

 

Cerca de 30 funcionários dos Correios realizaram um piquete de greve em frente à unidade localizada na Avenida Rui Barbosa, no Bairro Santa Terezinha, Zona Nordeste, na manhã desta quinta-feira (12). Com faixas que apresentavam o posicionamento contrário à privatização e à redução de benefícios, o grupo conversou com os funcionários do local em busca de adesão ao movimento grevista, que teve início na quarta. Em nota, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) comunica que ingressou com ação de dissídio coletivo junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).

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De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicação Postal, Telegrafia e Similares de Juiz de Fora e Região (Sintect/JFA), João Ricardo Guedes, a adesão tem sido gradativa. “Ainda não contabilizamos neste segundo dia. Mas sabemos que, na quarta, tínhamos 50 profissionais parados e hoje (quinta) temos mais pessoas.” Ele destacou, ainda, a crescente participação de trabalhadores de outros municípios da região, como Barbacena, Cataguases, Muriaé e Ubá.

Segundo Guedes, os impactos no serviço prestado já começaram. Ele citou atraso nas entregas, sem avançar em detalhes. “Esta redução de funcionários no setor causa um atraso significativo. Mas queremos ressaltar que nosso interesse com a greve não é prejudicar a população, mas garantir condições para que possamos executar um serviço de qualidade.”

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No Centro de Distribuição da Rua Espírito Santo, veículos do serviço de entrega estavam parados no pátio na manhã desta quinta-feira (Foto: Olavo Prazeres)

Dissídio

 

A greve segue mobilização nacional, justificada pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) diante da recusa de a ECT negociar um novo acordo coletivo para a classe. Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial com a reposição da inflação do período, fixada em 3,25%, e se posicionam contra cortes de benefícios.

Na noite de quarta, a ECT oficializou que ingressou com ação de dissídio coletivo junto ao TST. “A Corte irá avaliar o processo de negociação, ouvindo as partes, e o relator produzirá um voto que será analisado por um colegiado do Tribunal, em sessão a ser posteriormente agendada.”

De acordo com o texto, “os Correios estão executando um plano de saneamento financeiro para garantir sua competitividade e sustentabilidade. Desde o início de julho, a empresa participa de reuniões com os representantes dos empregados, nas quais foram apresentadas a real situação econômica da estatal e as propostas para o acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado, atualmente na ordem de R$ 3 bilhões. As federações, no entanto, apresentaram reivindicações que superam até mesmo o faturamento anual da empresa”.

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Impactos

A ECT afirmou, ainda, que “já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. Medidas como deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e realização de mutirões estão sendo adotadas”.

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