Superintendente de saúde aposta em parceria com prefeituras no combate à dengue

Gilson Lopes Soares discutiu a situação da saúde na região em entrevista à CBN Juiz de Fora


Por Tribuna

07/08/2019 às 20h51- Atualizada 07/08/2019 às 21h27

Em entrevista à Rádio CBN Juiz de Fora, o novo titular da Superintendência Regional de Saúde de Juiz de Fora (SRS/JF), Gilson Lopes Soares, falou sobre as principais pautas envolvendo a saúde em Juiz de Fora e região e pontuou ações para superar os principais desafios da gestão, como a dengue e a distribuição de medicamentos. A entrevista aconteceu na última segunda-feira (5), dias após o titular reunir-se com o governador Romeu Zema (Novo) e com o secretário estadual de Saúde, o juiz-forano Carlos Eduardo Amaral Pereira da Silva, com quem alinhou diretrizes. Gilson, que é servidor público, foi nomeado pelo governador na semana passada.

“Nosso trabalho é fazer com que os municípios não se descuidem e continuem com o trabalho de combate incessante contra a dengue”, diz o Superintendente Regional de Saúde de Juiz de Fora (SRS/JF), Gilson Lopes Soares

O alto número de notificações de casos prováveis de dengue e de óbitos decorrentes da doença em Juiz de Fora e na região foi citado como um dos recentes desafios, tanto da gestão municipal como da estadual. Sobre a situação, Gilson lembrou que, daqui para frente, a tendência é de normalização da situação. “Em determinada semana do mês de maio houve mais de 780 casos. Na última semana, um caso foi notificado (em Juiz de Fora)”, comentou o superintendente. Apesar da diminuição, ele garantiu que a SRS irá atuar em conjunto com as prefeituras da região. “Nosso trabalho é fazer com que os municípios não se descuidem e continuem com o trabalho de combate incessante contra a dengue”.

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Citados pelo titular, os dados de monitoramento das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti (dengue, zika e chikungunya) são atualizados semanalmente pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio de boletim epidemiológico. Divulgado nesta terça-feira (6), o documento atualizado aponta que, embora o número de casos prováveis total tenha aumentado em Juiz de Fora em relação ao último boletim, há tendência de diminuição no número de notificações de dengue em relação às últimas semanas epidemiológicas. Isso acontece porque, de acordo com a pasta, existem dados que são inseridos de maneira retroativa no sistema, o que faz com que haja aumento no número total de ocorrências, o que não significa, necessariamente, que os casos foram registrados na semana anterior à divulgação do boletim.

Até o momento, Juiz de Fora tem 4.734 casos prováveis de dengue e 12 óbitos em decorrência da doença. Outras três mortes suspeitas já foram descartadas pelo Estado, e dois casos ainda estão em investigação pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte.

Liberação de mosquitos

No último sábado (3), quando esteve na cidade para uma congresso médico, o secretário de saúde do Estado, Carlos Eduardo Amaral, também em entrevista à CBN Juiz de Fora, disse que está em estudo um projeto de longo prazo para a implantação de um laboratório de mosquitos geneticamente modificados, que limitariam a transmissão do vírus da dengue.

A Prefeitura de Juiz de Fora já investiu em um projeto semelhante, o Aedes do Bem, que produziu e liberou, por algumas semanas, milhões de Aedes aegypti geneticamente modificados na cidade. O contrato, entretanto, foi suspenso em outubro do ano passado, devido à crise fiscal enfrentada pelo Município.

Distribuição de medicamentos está sendo normalizada

Pauta que também tem preocupado os juiz-foranos e moradores da região, a falta de medicamentos cuja distribuição é de responsabilidade do Estado, também foi comentada pelo superintendente Gilson Soares na entrevista à CBN Juiz de Fora.

Desde o fim do ano passado, a Tribuna tem acompanhado a situação de usuários do SUS, que encontram dificuldades para obter os medicamentos que deveriam ser distribuídos gratuitamente pelo Estado. Em novembro do ano passado, pelo menos 40 tipos de remédios estavam em falta no Núcleo de Assistência Farmacêutica da SRS; em junho, esse número havia dobrado. À época, a SRS informou que dentre os 229 medicamentos distribuídos pelo Estado via Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, 53 encontravam-se com estoque zerado no almoxarifado central da SES, ou seja, 23%.

Apesar disso, o superintendente afirmou que atualmente o fornecimento de medicamentos de responsabilidade do Estado está sendo regularizado. Segundo Gilson, mais de 80% da distribuição já foi normalizada.

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Hospital Regional

Promessa de anos, a data para a retomada das obras nos hospitais regionais mineiros ainda é incerta. Entretanto, o Estado está analisando formas de viabilizar a implementação do projeto. Conforme o secretário estadual de saúde, Carlos Eduardo Amaral, revelou, também em entrevista à CBN Juiz de Fora, já existem entidades interessadas em realizar parcerias para a conclusão do projeto. A situação, contudo, ainda não está definida. Na unidade de Juiz de Fora, que está sendo erguida no Bairro São Dimas, os trabalhos se arrastam desde 2010. Em março de 2016 ocorreram os últimos repasses estaduais para o empreendimento. Desde então, a obra está parada.

Tópicos: dengue

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