Pressões rubro-negras
Passadas as torcidas para as seleções brasileiras masculina e feminina, é hora de voltar às emoções, pressões e singularidades das equipes nacionais. Confesso, bateu saudade. Chega a ansiedade, mesmo com um pessimismo. A cultura do nosso futebol não me permite crer que veremos, após um mês de intertemporadas, esquemas e variações táticas consolidadas em equipes confusas e previsíveis no início de Série A – casos de Vasco, com Luxemburgo, São Paulo, com Cuca, e Cruzeiro, com Mano, para citar apenas alguns exemplos.
Ansioso para ver o Flamengo, agora de Jorge Jesus, diante do Athletico de Tiago Nunes, grande revelação entre os treinadores. Curioso para entender como o técnico português irá aplicar suas ideias de jogo em um cenário pressionante, cercado por imediatismo – interno/político e dos torcedores. E, como o próprio já antecipou, para mostrar um leque de variações de posicionamento e estratégias em campo que não vimos com Abel Braga.
Para que isso aconteça, porém, o elenco deve entender a obrigatoriedade de ser intenso em cada minuto. A aplicação europeia neste quesito torna os times mais compactos, os atletas mais solidários, e os conjuntos, fortes. Assim Jesus fez em Portugal. E, pelos relatos de jornalistas que cobrem o Rubro-Negro, busca com unhas e dentes. E assim confirma o atacante Bruno Henrique, ao projetar o duelo das 21h30 desta quarta, pela ida das quartas de final da Copa do Brasil, contra o Furacão. “Vamos tentar marcar sob pressão, pois é um time que não gosta muito disso. E o Jorge pediu bastante intensidade na marcação. Todos vão poder ver que vamos correr um pouco mais”, antecipa.
Jesus deve iniciar o duelo em um 4-1-3-2, plano comum em seus trabalhos no Sporting e Benfica. Depois do apito inicial, veremos quais antídotos seus comandados já irão apresentar para as armas do mandante, de força técnica no meio-campo e física pelos lados, com Rony e Cirino (Nikão) – sem contar a grama sintética. E qual o antídoto – se é que existe um – que Jesus irá apresentar para suportar o sufocamento diante das sempre presentes pressões rubro-negras.