A tocha e a rifa de Ronaldinho da Costa


Por Juliana Netto

30/05/2019 às 06h49

Dias atrás, tarde de uma sexta-feira, e, de repente, chega uma mensagem no WhatsApp. Com tanta fake news circulando nos celulares, imaginei que aquela seria mais uma. Mas não. Gedair Reis, amigo e corredor juiz-forano super confiável, não erraria na sugestão de pauta repassada à Tribuna.

Ronaldo da Costa, natural da vizinha Descoberto, atleta olímpico, medalhista pan-americano, vencedor da São Silvestre em 1994, primeiro colocado na Maratona de Berlim em 1998, com o tempo de 2h06m05s, marca que quebrou o recorde mundial na época, rifando a tocha olímpica conduzida por ele em 2016, durante passagem por Bicas, para tentar manter de pé um projeto social do Instituto Joaquim Cruz, em Brasília, da qual ele participa.

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Uma triste notícia, que rendeu uma bela matéria na edição do último domingo e expõe um dos lados mais tristes do esporte nacional, atualmente agonizando em tantas modalidades. Nem mesmo a chancela de uma lenda do atletismo nacional – tão pouco reconhecida -, consegue dar fôlego ao programa brasiliense, importantíssimo não só por revelar talentos, como para oferecer perspectivas a jovens da região.

Triste saber que, em meio a tantos cortes e contingenciamentos, o esporte, já tão famigerado, tende a sofrer ainda mais. Pior ainda é saber que a situação vivida por Ronaldinho em Brasília, cidade onde vive atualmente, é praticamente uma regra, e não uma exceção, nos quatro cantos do Brasil.

O nosso ilustre descobertense, ao rifar a tocha olímpica, pelo valor de R$ 10 – apenas um objeto para uns, mas item de um simbolismo gigante para outros, demonstra sua nobreza. E a necessidade que o leva a chegar a tal ponto mostra que, talvez, para muitas modalidades brasileiras, dentre elas o atletismo, ainda estejamos estagnados nos anos 1990, a grande década de Ronaldinho. Aos interessados em participar da rifa, que será sorteada pela Loteria Federal no dia 13 de julho, o telefone de contato é o (061) 98431-9111.

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