Tupi precisa de combinação milagrosa para seguir na Série D

Lanterna de seu grupo e sem vencer há quase dez meses, Carijó pode encerrar a temporada já em junho


Por Júlio Black

27/05/2019 às 20h11- Atualizada 28/05/2019 às 10h35

Galo perdeu o primeiro jogo para o Novorizontino em Juiz de Fora por 2×0 (foto) e o segundo, no último sábado, empatou em 1 a 1 na casa do adversário (Foto: Olavo Prazeres)

Vencer ou vencer no próximo sábado (1º), e depois vencer de novo no dia 9 – e, mesmo assim, pode ser não ser suficiente, e chegar tarde demais. Há quase dez meses e 17 partidas sem sair vitorioso de campo, o Tupi corre o sério risco de uma eliminação precoce na Série D do Campeonato Brasileiro. Com apenas dois pontos ganhos em quatro partidas, o Carijó é o lanterna do Grupo A14 pela desvantagem no saldo de gols contra o Itaboraí, seu próximo adversário, e precisa operar verdadeiros milagres nas duas rodadas restantes e torcer por uma série igualmente milagrosa de resultados para conseguir uma das vagas para a próxima fase. Caso contrário, a temporada 2019 vai terminar antes mesmo de chegar à metade do ano, que já rendeu ao clube de Juiz de Fora o rebaixamento para o Módulo II do Campeonato Mineiro em 2020 após terminar a primeira divisão em último lugar.

Ao analisar a tabela de classificação e o regulamento da Série D, até mesmo com uma calculadora fica complicado calcular as chances do Tupi. A Quarta Divisão do Brasileiro conta com 68 equipes divididas em 17 grupos com quatro clubes cada. As equipes jogam entre si em turno e returno (seis rodadas), e as primeiras colocadas estão automaticamente classificadas para a segunda fase, que terá 32 clubes. Aos 17 líderes irão se juntar os 15 melhores segundos colocados, e aí a situação do Alvinegro de Santa Terezinha já se torna complicada ao extremo em sua própria chave.

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Com apenas dois pontos obtidos nos empates com Itaboraí (em casa) e Novorizontino (fora), o Tupi já não tem chances de se classificar em primeiro, pois o Hercílio Luz (SC) já chegou aos nove pontos (sete a mais que os mineiros) e não pode ser alcançado. A esperança, então, é vencer os dois próximos compromissos: contra o Itaboraí no próximo sábado (1º), às 15h, no Estádio Municipal Alziro de Almeida, o Alzirão, na região metropolitana do Rio de Janeiro; e contra o Hercílio Luz no dia 9, às 18h, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio.

Ao mesmo tempo, é preciso torcer para o Novorizontino, vice-líder com oito pontos, perder os dois compromissos restantes, contra a equipe catarinense fora de casa e contra o Itaboraí em seus domínios. E além de vencer, tem que vencer bem, pois os mineiros têm um saldo negativo de três gols, enquanto o Novorizontino tem um saldo de três gols a favor. Ou seja: se não vencer no próximo sábado, o Tupi estará automaticamente eliminado; e, mesmo que conquiste os três pontos, um empate do Novorizontino contra o Hercílio Luz – resultado que pode interessar ao dois, pois mantém catarinenses na ponta e garante aos paulistas a segunda colocação – transforma todo o esforço do Carijó em vão.

Mas o segundo lugar no Grupo A14 seria apenas um dos feitos quase impossíveis no caminho do Tupi. A equipe precisa que os oito pontos coloquem o clube entre as 15 melhores campanhas dos segundos colocados, e aí é preciso torcer por uma série de resultados no mínimo improváveis nas outras 16 chaves. No momento, há pelo menos seis equipes (incluindo o Novorizontino) com pelo menos oito pontos – o máximo que o Tupi pode alcançar – na segunda colocação de seus grupos, e nada menos que 16 equipes na vice-liderança com pelo menos seis pontos ganhos.

Com isso, a equipe juiz-forana corre o risco de ser eliminada na próxima rodada mesmo vencendo o Itaboraí e o Novorizontino saindo derrotado em Santa Catarina: basta vários vice-líderes dos outros grupos chegarem aos nove pontos com uma vitória ou empate para os mineiros chegarem à última rodada com uma partida que valeria nada – e ausência garantida em competições nacionais em 2020 e 2021.

Assim como Blanche DuBois na peça “Um bonde chamado desejo”, o Tupi, mais do que nunca, vai depender da “bondade de estranhos” para respirar na Série D – isso se também fizer sua parte, claro.

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Tópicos: tupi

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