JF é a segunda que mais realiza importações em Minas

Dentre os principais produtos trazidos de outros países estão veículos para transporte de mercadoria, minérios de zinco e concentrados, além de automóveis para transporte de pessoas.


Por Gracielle Nocelli

18/05/2019 às 17h25- Atualizada 18/05/2019 às 17h26

 

Juiz de Fora entrou de vez no mercado de vendas de automóveis importados. “Na região do Bairro Salvaterra, por exemplo, há uma concentração de concessionárias”, destaca o economista e professor da UFJF, Weslem Rodrigues Faria (Foto: Fernando Priamo)

Juiz de Fora é a segunda cidade mineira que mais realiza importações, atrás apenas de Uberaba. De janeiro a março deste ano, a atividade movimentou U$ 204,5 milhões, o que representou aumento de 8% em comparação com o mesmo período de 2018, quando o valor foi de U$ 187,8 milhões. Em contrapartida, as exportações tiveram uma queda acentuada de quase 60% de um ano para o outro, reduzindo de U$ 39,4 milhões para U$ 15,88 milhões. Desta forma, a balança comercial juiz-forana neste primeiro trimestre ficou deficitária em U$ 188,17 milhões, resultado da predominância das importações sobre as exportações. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).

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O economista e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Weslem Rodrigues Faria, afirma que os resultados reiteram o perfil econômico da cidade. “O déficit da balança comercial não é algo negativo para a nossa economia, apenas demonstra uma tendência local sobre a realização das atividades de exportação e importação.” Na avaliação do especialista, o fato de a cidade estar bem posicionada no ranking estadual de importações é positivo. “Quando analisamos os produtos que são importados, vemos que a maior parte se refere a bens de consumo final. Isto significa que Juiz de Fora possui mercado com potencial para absorver estas mercadorias.”

Dentre os principais produtos trazidos de outros países estão veículos para transporte de mercadoria (37%), minérios de zinco e concentrados (20%), além de automóveis para transporte de pessoas (11%). “O aumento das importações, na comparação entre os primeiros trimestres de 2018 e 2019, está associado ao crescimento da demanda por estas mercadorias. Vemos que Juiz de Fora entrou de vez no mercado de vendas de automóveis importados. Na região do Bairro Salvaterra, por exemplo, há uma concentração de concessionárias.”

(Foto: Fernando Priamo)

Sobre a acentuada queda das exportações, ele acredita estar associada ao cenário internacional, sobretudo, às políticas mais recentes adotadas por países como China e Estados Unidos. Dentre os principais produtos exportados estão o fio-máquina de ferro ou aço não ligado (34%), o fio-máquina de outras ligas de aço (33%), e instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia, odontologia e veterinária (19%).

Pela análise destas mercadorias, Weslem identifica que as empresas ArcelorMittal, a Nexa Resources (ex-Votorantim Metais) e a Becton Dickinson (BD) estão entre as principais exportadoras locais. No entanto, o economista destaca o perfil do município de atender o mercado interno com a sua produção. ” Sabemos que estas e outras empresas também possuem demandas internas e vendem também dentro do país.”

Posicionamento

A partir dos dados do Mdic, Juiz de Fora ocupa o segundo lugar no ranking estadual e o 49º no levantamento nacional de importações. Com relação à atividade exportadora, está na 54ª posição em Minas Gerais, e a 396ª no Brasil. Na comparação do cenário local com Uberaba, localizada no Triângulo Mineiro e líder de importações no estado, há uma notória diferença entre os tipos de mercadorias importadas, conforme aponta Weslem.

Dentre os principais produtos adquiridos por aquele município estão adubos e fertilizantes (37%), compostos heterocíclicos (21%), e inseticidas (8%). “Uberaba possui um agronegócio forte que, inclusive, é um setor que contribui muito para a atividade exportadora. A exportação também supera a de Juiz de Fora”, explica o economista.
No primeiro trimestre de 2019, Uberaba movimentou U$ 262,48 milhões em importações e U$ 30,51 milhões em exportação. Desta forma, também registrou déficit da balança comercial de U$ 231,97 milhões.

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