Psiquiatra juiz-forano lança ‘livro de bolso’ para atletas

Helio Fádel lança nesta quinta obra com “100 perguntas para aprimorar autoconhecimento, inteligência emocional e performance” de esportistas amadores e profissionais


Por Bruno Kaehler

08/05/2019 às 20h11- Atualizada 09/05/2019 às 10h01

Uma obra voltada para atletas de alto rendimento e amadores que objetiva o desenvolvimento pessoal na prática esportiva através da promoção de autorreflexões. O livro de bolso foi elaborado por meio de técnicas desenvolvidas em trabalho de psiquiatria no Tupi e com embasamento em estudos de coaching, psicologia positiva e, sobretudo, psiquiatria do esporte. Estes são alguns dos principais pontos explorados no livro “Coaching esportivo – 100 perguntas para aprimorar autoconhecimento, inteligência emocional e performance”, de autoria do juiz-forano Helio Fádel, que será lançado nesta quinta-feira (9), entre 18h30 e 21h30 na Livraria Saraiva do Independência Shopping, por R$ 37.

O psiquiatra Helio Fádel lança seu livro nesta quinta na Livraria Saraiva do Independência Shopping (Foto: Marcelo Ribeiro)

Médico com especialização na área esportiva, Fádel defende a bandeira da incorporação de um psiquiatra no departamento médico de agremiações esportivas – realidade em países como Estados Unidos, mas pouco disseminada nos clubes brasileiros. Membro da Sociedade Internacional de Psiquiatria do Esporte e da Associação Brasileira de Psiquiatria, o juiz-forano já era co-autor do livro “Psiquiatria do Esporte – Estratégias para qualidade de vida e desempenho máximo”, lançado no ano passado.

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A nova obra, em forma de uma caixinha, segundo Fádel, “tem a proposta de estimular o leitor a refletir sobre questões essenciais para sua evolução como atleta e ser humano em si. O próprio título sugere a ideia de metas dentro do esporte, com perguntas voltadas para o autoconhecimento, inteligência emocional e performance – aspectos fundamentais para o crescimento individual e coletivo. É importante dizer que a pertinência dessa nova obra não é apenas para atletas de alto rendimento, podendo ser levada até esportistas amadores e praticantes de exercícios que desejam melhores resultados e qualidade de vida. Além disso, o caráter reflexivo das perguntas induz a autocrítica do leitor a todo o momento, abrangendo, inclusive, áreas da vida que vão muito além dos esportes. Isso torna a caixinha um ‘livro de bolso’ bem interessante para todo o tipo de público.

Trabalho no Tupi auxiliou formatação de dinâmica

Fádel assiste os profissionais carijós pela segunda temporada consecutiva em uma via de duas mãos. Ao mesmo tempo que atende jogadores e membros da comissão técnica do clube, adquire experiência no dia a dia de uma equipe profissional, ao conviver com os problemas rotineiros – individuais e coletivos, gerados, por exemplo, por ambiente de elevado estresse e pressão. O médico, então, somou o conhecimento teórico à função em Santa Terezinha para elevar o nível do livro.

“Desenvolvi um método de construção de equipe para a minha dinâmica com os atletas. Nesses encontros, além de empregar técnicas específicas de forma didática, lanço mão de livros em forma de caixinha com os temas mais variados – proposta que foi muito bem aceita pelos jogadores desde o início. A partir da elaboração e otimização desse meu método – que está sendo modelo de estudo na Universidade de Maryland (EUA), onde estive para reunião científica -, tive a ideia de lançar uma obra com o tema de esportes, inexistente no mercado até o momento. O objetivo é que consigamos aprimorar todo o cuidado em saúde mental nos esportes, sobretudo quebrando paradigmas com a psiquiatria nesse meio. Não precisamos reinventar a roda, mas é possível unir criatividade e ciência em prol dos atletas e pessoas que lidam com esportes”, analisa o psiquiatra.

 

A falsa crença de que o atleta é um super-herói (e, portanto, infalível)

Com a obra e os estudos em andamento, assim como a busca por maior espaço da psiquiatria no esporte brasileiro, Fádel busca desmistificar um rótulo que centenas de atletas recebem e que, no aspecto mental, mascara fragilidades comuns a todos os seres humanos.

“Existe uma crença errônea de que os atletas são super-heróis e que, por isso, ‘não possuem direito’ de apresentar depressão, ansiedade, ou qualquer outro tipo de sofrimento psíquico. Porém, já se sabe que o próprio ambiente competitivo, a pressão e a grande exposição representam fatores de risco para desordens mentais. Além disso, as frustrações ao longo da carreira e até mesmo o grande impacto social, quando rapidamente ascendem ao topo, podem ser dificilmente elaborados, levando a comportamentos e tomadas de decisões disfuncionais. De tal forma, quanto mais próximos estivermos do atleta – e daqueles ligados ao esporte, como familiares, gestores e demais profissionais – provendo a devida assistência, mais bem sucedido ele será em sua trajetória e maior será sua qualidade de vida durante e após a carreira esportiva”, elucida.

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