‘Cemitério maldito’ e ‘Pokémon’ estreiam nos cinemas
Nova versão de ‘Cemitério maldito’ e ‘Pokémon: Detetive Pikachu’ são as novidades nas telonas ainda dominadas pelos “Vingadores”
Poucos nomes tiveram tantas obras adaptadas para o cinema quanto Stephen King. Sejam contos, livros, antologias, é difícil não encontrar o escritor norte-americano como inspiração para algum longa. E a lista é extensa: “O iluminado”, “Christine, o carro assassino”, “Um sonho de liberdade”, “A Torre Negra”, “O nevoeiro”, “1408”, “À espera de um milagre”, “Conta comigo”, “Louca obsessão”, “The running man: O sobrevivente”, “A hora da zona morta”. Sem contar, claro, adaptações para outras mídias, como a televisão, quadrinhos etc.
Já existem, inclusive, franquias (“Colheita maldita”) e remakes das adaptações – ou nova adaptações, se preferir -, como os casos de “Carrie: A estranha” (infinitamente inferior à versão de Brian De Palma), “It: A Coisa” (melhor que a primeira adaptação, e com uma continuação já filmada) e “Cemitério maldito”, que estreia nesta quinta-feira (9). A produção tenta alcançar uma geração que dificilmente deve ter ouvido falar da primeira versão, lançada em 1989 com roteiro do próprio Stephen King e com Denise Crosby tentando encontrar seu lugar em Hollywood depois de largar a série “Jornada nas estrelas: A nova geração”.
Com direção da dupla Kevin Kölsch e Dennis Widmyer, o novo “Cemitério maldito” busca ser mais fiel ao livro em alguns pontos, ao mesmo tempo em que altera outras partes da história. A essência, porém, é a mesma: buscar assustar o público com uma história que envolve uma tragédia familiar e as consequências resultantes de tentar reverter o que a aconteceu. Uma família se muda de Boston para uma pequena cidade no Maine, próxima a uma rodovia, e logo descobre que são “vizinhos” de dois cemitérios: um para animais e outro mais antigo, onde eram enterrados os indígenas que habitavam a região. Um antigo morador, Jud Crandall (John Lithgow), revela ao pai da família, Louis Creed (Jason Clarke), que os cemitérios têm o poder de reviver os mortos, mesmo que eles não voltem como antes. Além disso, alguns moradores parecem gostar muito do lugar…
Apesar da aparência de paz e harmonia, Louis precisa lidar com o trauma que sua esposa, Rachel (Amy Seimetz), e tudo piora quando duas tragédias atingem a família. É nesse momento que ele, arrasado pela dor, toma uma decisão unilateral que vai colocar em risco a vida de todos, com a promessa de um terceiro ato repleto de situações típicas dos longas de terror.
Cemitério maldito
UCI 4 (leg): 22h30. UCI 5 (dub): 15h20, 19h55. Cinemais Alameda 2 (dub): 15h, 18h45, 20h50. Cinemais Jardim Norte 2 (dub): 15h, 18h45, 21h15.
Classificação: 16 anos
Um Pikachu parecido com… Deadpool?
As pessoas podem amar, odiar, ou só ter ouvido falar de “Pokémon”, mas a franquia criada inicialmente para os games em 1995 é um dos grandes fenômenos da cultura pop. Além das dezenas de games, “Pokémon” se tornou uma série animada de sucesso, ganhou longas animados, um jogo (“Pokémon Go”) que se tornou febre nos celulares de crianças e adultos há cerca de três anos. Tudo isso graças a personagens fofinhos como Bulbasaur, Charmander, Squirtle, Psyduck, Snorlax e, principalmente, o ratinho elétrico Pikachu.
Por isso, é até difícil acreditar que Hollywood esperou quase 25 anos para produzir a primeira produção live action da franquia. “Pokémon: Detetive Pikachu”, estreia nesta quinta-feira (9) com a responsabilidade de acabar com a “maldição” da adaptação de games para a sétima arte, que já vitimou mais filmes que os dedos das mãos. E para isso a Warner Bros. e Legendary Entertainment arriscaram alto ao ignorar o principal da mitologia das animações e criar uma história que segue por outros caminhos.
Para começar, nada do adolescente Ash, treinador do principal Pikachu do desenho animado, seus amigos ou os inimigos formados pela Equipe Rocket. No lugar de Ash, temos o jovem Tim Goodman (Justice Smith), um ex-treinador de Pokémons que é convidado pelo seu pai, Harry Goodman (Paul Kitson), para trabalhar com a polícia local, onde é detetive. Ao chegar à cidade, porém, ele descobre por outro policial, Yoshida (Ken Watanabe), que ele desapareceu enquanto investigava um caso. Resta a Tim tentar descobrir o que aconteceu com seu pai enquanto fica em sua casa.
E ele vai ter uma companhia totalmente inesperada, que também deu as caras na casa de seu pai. Um Pikachu com amnésia, cuja única pista do seu passado é o endereço de Harry escrito no interior de seu boné. O estranhamento fica ainda maior porque Tim é o único que consegue entender o que Pikachu fala, sendo que nenhum humano jamais conseguiu entender o que os Pokémons diziam. Apesar do susto inicial, os dois unem forças para tentar encontrar Harry e recuperar a memória de Pikachu, sem saber que isso vai levá-los a outros mistérios, como um ringue de luta Pokémon subterrâneo e a segredos que podem colocar em risco o universo dos monstrinhos, que convivem com os humanos. A promessa, aliás, é que mais de 60 Pokémons apareçam no filme, para alegria dos fãs.
Todavia, o que mais tem preocupado os apaixonados pela franquia sequer é a história ser bem diferente da animação. A principal polêmica é a escolha de Ryan Reynolds para dublar a voz do bichinho quando ele interage com Tim Goodman: além de se mostrar um personagem bem menos fofinho, o Pikachu criado em CGI fica com uma malandragem e malícia que mais lembram o mercenário tagarela Deadpool, personagem interpretado por Reynolds em dois filmes. Dá quase para imaginar, pelos trailers, o Pokémon elétrico soltando um “é hora de fazer Chimichangas”. Para os cultuadores do original, resta o alívio de saber que a japonesa Ikue Otani segue dublando a voz original e fofinha de Pikachu na interação com outros humanos, assim como nas animações.
Pokémon: Detetive Pikachu
UCI 4 (dub): 13h, 15h20, 17h40, 20h. Cinemais Alameda 4 (3D/dub): 15h30, 18h20, 20h30. Cinemais Jardim Norte 3 (dub): 15h30, 18h20, 20h40. Santa Cruz 2 (dub): 16h15, 18h30, 20h45.
Classificação: 10 anos