Indústria mineira tem queda de 5,2% no trimestre

Setor reage em março, mas não recupera perdas advindas do grupo extrativo mineral, impactado pela tragédia em Brumadinho


Por Gracielle Nocelli

07/05/2019 às 06h48- Atualizada 07/05/2019 às 07h39

O cenário de incerteza ainda paira sobre a indústria mineira. O setor que projetava a possibilidade de retomada do crescimento para 2019 foi surpreendido com uma acentuada queda de atividade do segmento da indústria extrativa no início do ano, reflexo do rompimento da barragem da mineradora Vale na Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho. Desta forma, registrou duas quedas consecutivas de faturamento em janeiro e fevereiro. Já em março, conseguiu ganhar fôlego e alcançar uma variação positiva de 2,4%. No entanto, o crescimento não foi suficiente para melhorar o desempenho acumulado no primeiro trimestre, que ficou negativo em 5,2%. Os dados são da Pesquisa Indicadores Industriais (Index), elaborada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e publicada nesta segunda-feira (6).

De acordo com a Fiemg, o aumento do faturamento verificado em março ante a fevereiro foi decorrente de uma melhora no desempenho do segmento extrativo mineral. “O resultado foi motivado pelo avanço deste segmento, após dois meses de recuos expressivos. A elevação reflete o crescimento das exportações mediante a valorização do dólar e o aumento da cotação do minério de ferro no mercado internacional”, pontua. “Vale ressaltar que o crescimento se deu sobre uma base de comparação depreciada, e não configura uma retomada da indústria extrativa mineral.”

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Ainda conforme a análise mensal, outros três indicadores também apresentaram uma pequena variação positiva. O emprego cresceu 0,5%, a massa salarial aumentou 0,7% e o rendimento médio subiu 0,5%. Já as horas trabalhadas recuaram 1,6% em março na comparação com fevereiro. “A despeito do avanço mensal nos indicadores de março, o desempenho da indústria mineira em 2019 permanece indefinido. A paralisação parcial no setor extrativo mineral e o adiamento da implementação de reformas estruturais importantes, como a da Previdência, contribuem para a manutenção de um cenário de incertezas, comprometendo uma retomada mais robusta da atividade industrial”, afirma a Fiemg.

No trimestre

Os resultados alcançados pelo setor no primeiro trimestre de 2019 justificam a preocupação e a incerteza sobre a possibilidade de retomada ainda este ano. Além da queda no faturamento, a indústria teve reduções de 4,8% nas horas trabalhadas, de 2,6% do rendimento médio real e de 2,4% na massa salarial. Apenas o emprego apresentou uma pequena variação postiva de 0,2% neste período.

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