Mercado pet vive expansão em tempos de crise

Brasil é o terceiro país que mais fatura com produtos e serviços para animais de estimação. Em JF, setor segue ritmo de crescimento, mas ainda há oportunidades a serem exploradas


Por Gracielle Nocelli

30/03/2019 às 17h59- Atualizada 30/03/2019 às 18h00

Conquistando cada vez mais espaço no coração e na casa dos brasileiros, os animais de estimação também ganharam destaque na economia. O Brasil é o terceiro mercado que mais fatura com produtos e serviços para pets no mundo, com uma movimentação anual de R$ 20,3 bilhões, atrás apenas de Estados Unidos e Reino Unido. Mesmo em meio a crise, o crescimento do setor tem sido acima de 6% ao ano desde 2014, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). A expectativa é que a expansão continue pelos próximos anos, já que os bichinhos têm criado demandas específicas, e atender este público, que soma mais de 132 milhões em população, pode ser um bom negócio.

“Ainda há muito o que ser explorado na cidade. É um setor que tem absorvido ideias e projetos novos em todo o país” , diz Gustavo Magalhães,analista técnico do Sebrae

Apesar da ausência de dados sobre o mercado pet em Juiz de Fora, a percepção do Sebrae é que a cidade acompanha a tendência nacional de crescimento do setor. “Temos serviços inovadores na cidade, mas a abertura de novos negócios ainda está focada em modelos tradicionais, como lojas de varejo e pet shops”, diz o analista técnico Gustavo Magalhães. Para ele, ainda é possível crescer mais. “Estamos falando de um mercado relativamente novo e que, exatamente por isso, apresenta inúmeras possibilidades a serem exploradas.”

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Há algum tempo, os pets já são considerados membros da família e, por isso, existe a preocupação de garantir uma boa qualidade de vida para eles. “Vemos que as mudanças na configuração das famílias incluem, também, a presença dos animais de estimação. Temos, por exemplo, pessoas idosas, casais sem filhos ou com apenas uma criança, e adultos solteiros que optam por ter um bichinho como companhia”, analisa Gustavo. Conforme ele explica, esta mudança de comportamento da sociedade trouxe reflexos econômicos. “Acompanhamos o surgimento de um nicho de mercado bastante interessante e que tem atraído cada vez mais o interesse de novos empreendedores.”

Ofertas do mercado

Para assegurar a qualidade de vida do pet, além de intensificar os cuidados com alimentação, saúde e higiene, os tutores passaram a se preocupar com maneiras de garantir lazer e entretenimento em meio à rotina atribulada do dia a dia. Na tentativa de atender estas demandas, o mercado tem inovado. “Temos clínicas veterinárias cada vez mais especializadas, pet shops que oferecem diferentes serviços e produtos de higiene e beleza, lojas do varejo que se tornaram mais diversificadas com relação aos alimentos, brinquedos, roupas e acessórios, além de atividades cada vez mais diferenciadas.”

Dentre os serviços inovadores oferecidos pelo mercado estão o pet táxi para transporte dos bichinhos; os hotéis para hospedagem; as creches que oferecem lazer no período em que os tutores não têm disponibilidade; os petshops móveis, que levam o serviço de higiene e beleza em casa; ensaios fotográficos; além de planos de saúde. As demandas do setor contribuíram, ainda, para o surgimento de novas profissões como pet sitter, babá responsável pelos cuidados com o pet, e dogwalker, que tem a atribuição de levar o bichinho para passear.

Oportunidades e gargalos

Na avaliação de Gustavo, seria interessante que os novos empreendedores de Juiz de Fora optassem por soluções cada vez mais diferenciadas. “Quando falamos em negócio, independente do ramo, é necessário uma compreensão sobre quanto tempo posso me manter, prosperar e ser exitoso naquela atividade econômica. Não adianta eu abrir uma loja para fazer a mesma coisa do concorrente, pois a possibilidade de prosperar está diretamente ligada à capacidade de inovação”, pontua. “Falando sobre o mercado pet, ainda há muito o que ser explorado na cidade. É um setor que tem absorvido ideias e projetos novos em todo o país.”

Para ele, o principal gargalo para a continuidade da expansão é a falta de mão de obra especializada. “Quem entrega o pet para um serviço – seja da área da saúde, higiene, beleza ou do entretenimento – está preocupado com o bem estar dele, então busca por um profissional especializado. A oferta desta mão de obra não tem acompanhado o crescimento do setor, por isso, precisamos qualificar novos profissionais.”
O especialista aponta que a realização de cursos profissionalizantes na área é uma das demandas do mercado pet que pode ser aproveitada. “Existe toda uma cadeia que foi criada e que está em plena expansão, apresentando cada vez mais novas oportunidades de negócio.”

 

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