Abram as portas ao “tatiquês”


Por Bruno Kaehler

20/03/2019 às 07h15

Sejamos claros. O impopular “tatiquês” nas arquibancadas em território canário é responsabilidade de todos os amantes e protagonistas do futebol brasileiro. Mea culpa: repórteres pouco difundem informação tão necessária para as prazerosas cornetadas em trabalhos de Norte a Sul. E quando há análise, a terminologia não ajuda. Futebol é democrático, para todas as classes, mas entranhado no dia a dia do povão.

A resistência na aceitação de que o tatiquês é fundamental no futebol moderno, contudo, é retrógrada. Precisamos, ainda assim, receber e divulgar informações de forma mais simplória. Ao menos inicialmente. A partir de entendimentos básicos e discussões, como os que serão expostos neste espaço semanalmente. O futebol não é ciência exata. Mas evoluiu, como o aspecto tático, merecedor de muito mais que a ironia de saudosos amantes do esporte mais popular do mundo. Por isso peço: abram as portas ao tatiquês. Ele pede passagem há anos e anos.

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Exemplo disso é o Tupi rebaixado ao Módulo II do Mineiro. Tecnicamente fraco, o grupo carijó poderia se tornar competitivo com a organização tática. No entanto, ela não existiu. Com três técnicos diferentes e mudanças de atletas em todas as rodadas do Estadual, a equipe se mostrou frágil tanto no momento ofensivo, quanto sem a bola. Uma ressalva: Beto recebeu herança contaminada e não obteve tempo de introduzir filosofia com as trocas no plantel. Aguardemos a Série D.

A maior parte do jogo de sábado (16), contra o Cruzeiro, ocorreu sob lento ritmo celeste. Isto porque o Galo, apesar de posicionado em um 4-1-4-1 (ver quadro) no campo de defesa, não incomodava o portador da bola com frequência e, quando o fazia, falhava na cobertura ou distanciava as linhas. O técnico time azul tinha tempo e qualidade para criar situações de gol com triangulações e movimentação. Não aumentou a vantagem por relaxamento.

Ofensivamente, o Tupi buscou ataques rápidos, com verticalidade, mas organizado individualmente por Brasília. Sem coletividade e sincronismo. Quando Brasília se aproximava de Romarinho, o goleiro Fábio foi exigido. Com erros individuais, como o de Aislan e Canela, e a precisão de Egídio em cobrança de falta, o rebaixamento veio.

Ao Tupi, a esperança para a Série D: que abram as portas ao tatiquês.

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