Prédios da TV Industrial e Hotel Hilton são tombados

Símbolo do pioneirismo local, o veículo de comunicação consagrou-se por ser a primeira emissora televisiva do interior brasileiro


Por Mauro Morais

14/03/2019 às 18h54- Atualizada 15/03/2019 às 20h59

Um dia após o imóvel de número 109 da Rua Marechal Deodoro ter seu tombamento publicado no Atos do Governo, dois novos imóveis são alvo do mecanismo de proteção arquitetônica em Juiz de Fora: o prédio da TV Industrial, no Morro do Imperador, e o Hotel Hilton, na Avenida Getúlio Vargas.

Registro de 2010 do prédio que deu lugar à pioneira TV Industrial (Foto: Olavo Prazeres)

Símbolo do pioneirismo local e das aspirações modernas, o veículo de comunicação consagrou-se por ser a primeira emissora televisiva do interior brasileiro e primeira a utilizar antena helicoidal na América do Sul. “O prédio foi construído em terreno doado pela Prefeitura, em um importante ponto turístico e também ponto mais alto do centro urbano, bastante apropriado devido a sua altitude e infraestrutura”, aponta o dossiê do processo de tombamento do imóvel que sediou a TV inaugurada no dia 29 de julho de 1964, sob o comando do então radialista Geraldo Magela Tavares, da Rádio Industrial, e de seu colega de veículo, o economista Walter Monachesi. “Boa noite! São 8h da noite. A partir de hoje, Juiz de Fora e região vai chegar em seus lares através da nossa TV Industrial, canal 10”. De autoria do engenheiro Armando Favatto, a construção em formato helicoidal representa a dimensão da comunicação, do zero ao infinito, refletindo o cosmopolitismo do veículo.

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Prédio na Getúlio em estilo art déco foi erguido a pedido de um imigrante espanhol e desde a década de 1930 funciona como hotel (Foto: Marcelo Ribeiro)

Aberto em 1997 e reprovado pelo Comissão Permanente Técnico-Cultural no ano seguinte, o processo de tombamento do Hotel Hilton foi retomado em 2000. Anteriormente denominado Assis Hotel, o imóvel teve como seu primeiro proprietário um imigrante espanhol, e compõe o núcleo histórico central da cidade, pertencendo ao estilo art déco. “A facha é simétrica, sendo dividida em três painéis. No painel central, encontra-se um grande prisma retangular escalonado, típico do estilo art déco. Este prisma inicia-se logo acima das janelas da sobreloja central e possui seu término na platibanda da edificação. Na parte central, encontram-se também quatro janelas de duas folhas de abrir”, aponta o dossiê sobre o prédio erguido na década de 1930 e cujo interior tem seu corredor acabado com ladrilhos hidráulicos, confirmando sua harmonia com seu tempo e sua incontestável beleza.

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