Justiça concede prisão domiciliar a mulheres detidas em megaoperação

Das 26 pessoas detidas pela Polícia Civil em ação para desmantelar organização criminosa, três mulheres receberam benefício. Suspeitos, conhecidos como “Irmãos Metralha”, continuam em prisão


Por Daniela Arbex

07/03/2019 às 08h18

Três das 26 pessoas detidas na megaoperação da Polícia Civil realizada no dia 9 de fevereiro para desmantelar organização criminosa que dominava o tráfico de drogas no Bairro São Benedito e região estão em prisão domiciliar. A Justiça concedeu, ainda, liberdade provisória para um quarto envolvido, que terá de cumprir uma série de restrições. No caso das prisões domiciliares, o benefício atendeu três mulheres, duas delas com problemas de saúde e outra com filho menor de 1 ano de idade.

Para o delegado Rogério Woyame, titular da delegacia Especializada de Antidrogas, a decisão judicial não compromete a investigação, já que os principais alvos continuam em regime fechado. “Os principais alvos da operação, ou seja, os efetivamente envolvidos no comando da organização criminosa continuam presos. Além da nossa operação, todos eles têm condenação por outros crimes ou estão respondendo processo. No caso deles, acho muito difícil que seja concedido algum tipo de benefício”, comentou o policial à frente da investigação.

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No total, 120 policiais do 4º Departamento de Polícia Civil de Juiz de Fora e também de Belo Horizonte participaram do cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão nos bairros JK, Ipiranga, Aeroporto, Granbery e São Benedito, este último comandado por homens conhecidos como “Irmãos Metralha”. De acordo com a Civil, eles seriam donos de patrimônio milionário que inclui casas de alto padrão localizadas em áreas nobres da cidade e carros de luxo, inclusive importados, dez deles apreendidos na ação desencadeada pela Delegacia Antidrogas. O terceiro irmão já estava preso na capital mineira por crimes anteriores.

A ação foi desencadeada após mais de um ano de trabalho que incluiu o rastreamento de bens e interceptações telefônicas. O levantamento permitiu identificar a participação de cada um na estrutura criminosa. Segundo Rogério Woyame, a investigação continua. “Diversos documentos apreendidos estão sendo analisados. E estamos diligenciando para que o Ministério Público possa oferecer denúncia contra todos os envolvidos”, informou. Celulares e documentos apreendidos também estão sendo periciados.

A quantidade de informações levantadas é extensa. O processo tramita na 1ª Vara Criminal da Comarca de Juiz de Fora e já possui cerca de mil páginas.

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