Idec lança Guia dos Bancos Responsáveis 2018

Pesquisa avaliou 9 bancos em 18 diferentes temas que abrangem de meio ambiente até e prestação de contas


Por Gracielle Nocelli

02/12/2018 às 07h00

Conhecer as políticas e as práticas dos bancos é uma maneira de garantir a escolha certa na hora de se tornar cliente, afinal, esta é uma relação que requer muita confiança. O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) disponibilizou, na última semana, a edição do Guia dos Bancos Responsáveis 2018. O estudo avaliou as políticas de nove instituições sobre 18 temas, que vão desde meio ambiente e direitos trabalhistas até transparência e prestação de contas. A publicação está disponível no site www.guiadosbancosresponsaveis.org.br.

Banco do Brasil, Bradesco, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), BTG Pactual, Caixa Econômica Federal, Itaú, Safra, Santander e Votorantim foram avaliados em três categorias. A primeira delas “Temas Transversais” apurou informações sobre mudanças climáticas, corrupção, igualdade de gênero, direitos humanos, direitos trabalhistas, meio ambiente e impostos. A segunda categoria tratou “Temas Setorias”, e incluiu assuntos como armas, alimentos, florestas, setor imobiliário e habitação, mineração, óleo e gás e geração de energia. Por fim, foram avaliados os “Temas Operacionais”, que se referem aos direitos do consumidor, à transparência e prestação de contas, à inclusão financeira e à remuneração.

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“O guia é um instrumento de avaliação importante para o consumidor saber, por exemplo, se o banco com o qual trabalha é transparente, respeita os consumidores e se promove ideias que estejam de acordo com ele. Queremos dar para cada pessoa o poder da informação e, assim, aumentar a sua capacidade de escolhas”, afirma a economista do Idec, Ione Amorim.

BNDES obtém melhor pontuação

O BNDES obteve a maior pontuação geral, alcançando 43% do índice. Na análise por temas, o destaque ficou por conta da inclusão financeira e do meio ambiente. O banco oferece microcrédito, suporte e capacitação para o microempreendedor. Também é o único a colocar nos contratos sugestão de práticas de proteção ao meio ambiente. O pior desempenho foi verificado no quesito “armas”. De acordo com o estudo,”o BNDES esclarece que não financia a produção de armas, somente outros produtos do setor, como radares, sistemas de monitoramento, dentre outras tecnologias. No entanto, acaba por ser uma importante fonte de financiamento para empresas que atuam no setor bélico, inclusive na produção de armas.” Em seguida, com as maiores pontuações no ranking estão Santander (35%); Caixa e Itaú (33%); Banco do Brasil (32%); Bradesco (30%); Safra (21%); Votorantim (24%); e BTG Pactual (20%).

O desempenho entre 80% e 100% é considerado muito bom; entre 60% e 79%, bom; entre 40% e 59%, médio; entre 20% e19%, fraco; e até 19%, muito fraco. O percentual alcançado pelo BNDES foi o mais alto obtido em todas as edições do estudo. “No Guia 2018, apesar de pequenos avanços, as notas para comprometimento socioambientais dos bancos brasileiros continuam muito baixas. Faltam políticas detalhadas e disposição para o diálogo e transparência com a sociedade”, analisou o Idec.

A pesquisa foi realizada por meio da análise de documentos públicos das instituições financeiras, como relatórios anuais, políticas setoriais, diretrizes de crédito, informações no website da instituição, entre outros. A partir das informações coletadas, avalia-se as políticas e práticas bancárias por tema dando uma pontuação de 0 a 10, para cada tema. A pontuação geral dos bancos é formada pela média das notas dos 18 temas analisados.

 

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