Com 99% do elenco apalavrado, Surian almeja vaga em Série D

Em participação no Mesa Quadrada, técnico do Baeta revela preferências, admite busca por Núbio Flávio e Marcel, exalta Ademilson e projeta clássico Tu-Tu


Por Bruno Kaehler

12/11/2018 às 20h45

Felipe Surian (segundo da esquerda para a direita) participou do Mesa Quadrada, da Tribuna, dessa segunda

Noventa e nove por cento do elenco apalavrado, conversas com os ex-Tupi Marcel e Núbio Flávio, planejamento para Ademilson, preferência de esquema tático e até parceria com o Flamengo. O técnico do Tupynambás, Felipe Surian, participou nessa segunda-feira (12) do programa de esportes da Tribuna, Mesa Quadrada, e revelou informações sobre a preparação do Baeta para a disputa do Campeonato Mineiro de 2019. O técnico juiz-forano ainda expôs o objetivo pessoal de conquistar uma vaga na Série D ou na Copa do Brasil de 2020.

“Pego as coisas querendo fazer o melhor possível e foi assim que eu assumi (o Tupi) em 2013. Coloquei ao presidente que assumiria, mas traria uma equipe que me daria uma retaguarda. E com o Alberto (Simão, gerente de futebol do Baeta e ex-Carijó) e o Francis (Melo, ex-diretor do Galo) isso aconteceu. O primeiro objetivo para todas as equipes do interior é não cair. Fazer 11, 12 pontos e respirar tranquilo para, a partir dali, buscar algo maior. Mas a minha ambição, assim como a de todos, tem que ser de buscar algo melhor. Os atletas têm condições disso. Com os pontos você se livra do rebaixamento e alcança objetivos como a Copa do Brasil e a Série D”, relata.

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O otimismo se deve ao fato de que quase todo o plantel está acertado. “Gosto de trabalhar com 28 atletas. Principalmente em um campeonato curto como o Estadual, com 11 jogos e depois a fase de classificação. Hoje posso dizer que estamos com 99% dos atletas bem adiantados. O Alberto ficou o dia todo trabalhando nos contratos e é em cima disso que, recebendo o retorno nestes contratos, irá começar a anunciar as contratações. Como o clube está bem estabilizado financeiramente, estamos conseguindo até cobrir certas propostas de outros clubes e trazer atletas que conquistaram até mesmo neste ano acessos nacionais”, relata. O Baeta irá receber valor de cerca de R$ 850 mil das cotas de televisão somente do Mineiro. Não há participação em competições prevista para o segundo semestre de 2019.

Núbio Flávio, Marcel e lateral de Série B

O treinador do Leão do Poço Rico confirmou que o clube negocia com o volante Marcel e o atacante Núbio Flávio, dois atletas que defenderam o Alvinegro de Santa Terezinha nesta década. “O Núbio trabalhou comigo em 2013, e o Alberto é quem gerenciava. Pode ser que a gente tenha um feliz acordo com ele, mas é um atleta que chegou em um nível maior de salário. É um cara que para o meu projeto de jogo atende muito bem e passei isso para o Alberto. Sabemos das dificuldades financeiras principalmente no início do ano porque são muitos estaduais e pagando bem. Mas pedi ao Alberto que fizesse um esforço, ele está tentando, mas ainda não chegou a um acordo. E o Marcel é muito amigo do Ademilson e acho que ele ficou sabendo que o Tupi não queria o Marcel. A partir disso, talvez, possa vir a nos ajudar.”

Ainda segundo o técnico, um lateral-esquerdo de equipe da Série B é monitorado e será alvo de negociação com o término da competição nacional. “Estamos ambiciosos e podemos trazer um atleta com mais rodagem e qualidade”, comenta. Há ainda a possibilidade de Surian trazer jogadores que foram comandados por ele no Uberlândia, no último ano.

‘Ademilson sempre terá espaço’

Não faltaram elogios de Surian quanto ao veterano Ademilson, que deve voltar a trabalhar em uma equipe da elite mineira aos 44 anos. “O Ademilson até brinco que tem que ser estudado. Rompeu um ligamento, tinha uma recuperação de oito meses prevista e em cinco meses estava em campo. Tenho certeza de que irá dar trabalho para estes jovens que estarão com a gente. E sempre sou aberto, não tem cor, altura, e, principalmente, não tem idade. Se mostrou qualidade no treino, vai para o jogo. Foi artilheiro comigo, me deu um acesso (Série D de 2013) quando estávamos sem receber salário, sem luz, sem água. Tenho gratidão porque ele foi homem comigo naquele momento e sempre terá um espaço dentro do meu elenco.”

Três atacantes

Surian ainda revelou que já possui o time formado em sua cabeça. O torcedor pode esperar ofensividade e velocidade pelas pontas, como tradicionalmente ele monta as equipes. “Gosto muito de jogar com três atacantes. Podem ser dois velocistas. Nos dois últimos anos gostei de trabalhar mais com um atleta mais veloz e técnico e outro de maior força para ter equilíbrio na hora de atacar e na recomposição. Mas vai de acordo com o adversário também. […] Hoje o futebol moderno pede uma equipe com a bola bem ofensiva, com velocidade, e sem ela, esses homens que atacam têm que fazer a recomposição para ajudar em uma primeira linha de quatro ou até uma de cinco atletas com só um homem mais adiantado sendo a referência da equipe.”

Tu-Tu

Se Surian se acostumou a defender o preto e branco como jogador, auxiliar e técnico, a realidade mudou para a próxima temporada. Ainda assim, ele não consegue projetar a sensação de encarar o Galo em um clássico municipal que não ocorre desde 1970 na primeira divisão do Mineiro. A relação com os torcedores, contudo, tem sido amistosa e destacada. “Essa rivalidade é normal. Não só os torcedores, como a imprensa também aguardava. Acho que só na hora vou saber qual será o meu sentimento. Hoje não sei dizer, confesso. Mas a receptividade está sendo bacana, os torcedores do Tupi são meus amigos, trabalhei aqui dez anos. Sei o nome de todos praticamente e, quando nos encontramos na rua, me surpreendeu que a maioria disse que ia torcer para o Tupynambás. Claro que no jogo cada um terá a sua emoção de defender a sua equipe. Mas ao passar daquele jogo, é torcer pela cidade. Quando passar do clássico e o Tupi for enfrentar uma equipe do interior, se fizer um bom resultado talvez nos ajude.

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Parceria com o Flamengo

A cúpula do Baeta visitou, na última semana, a estrutura do Flamengo para um primeiro contato sobre uma possível parceria com o Rubro-Negro. O desejo do Leão, segundo Surian, é muito maior do que simplesmente o empréstimo de atletas da base. “O Cláudio não me expôs muito o que eles conversaram, mas é um projeto de longo prazo. Ele quer o Flamengo ajudando não só com empréstimos, mas no geral, porque é um clube com um potencial muito grande não só de futebol, mas de handebol… é uma busca do Flamengo não só emprestar jogadores, mas um projeto maior. Por isso fizeram a primeira reunião e vai ter a segunda.”

Tópicos: tupi

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