MDB terá candidatura própria
Sem meios de voltar à antiga coligação e retirado da aliança com o PSB, o MDB optou pelo único caminho que lhe restava: a candidatura própria. Todos os indícios são de lançamento do deputado Adalclever Lopes como cabeça de chapa, tendo o deputado Jaime Martins como seu vice, mas a consolidação de ambos só deve ser definida nesta quinta-feira, quando a composição deve ser informada à Justiça Eleitoral. Os dirigentes fizeram uma longa reunião, nessa quarta-feira, em Belo Horizonte, para tratar única e exclusivamente dessa questão. A novidade foi a presença do ex-candidato a governador Marcio Lacerda, que tinha desistido da disputa na véspera. Entre uma garfada e outra num dos restaurantes mais chiques da cidade, o Vecchio Sogno, embaixo da Assembleia, ele reafirmou suas queixas em torno do comando nacional do PSB, que o tirou do páreo. Garantiu, ainda, que, mesmo sem ter seu nome na chapa, fará campanha com os emedebistas.
Nome natural
A consolidação de Adalclever é natural, pois ele, durante todo esse período, atuou como candidato a vice-governador. Seu principal oponente na legenda, o ex-presidente do diretório estadual Toninho Andrade, já inscreveu sua candidatura para deputado federal. Com isso, não há outro nome, salvo se buscarem alguém de fora do partido, o que, até o fim do expediente, era improvável.
Velho aliado
O lado irônico desse enredo é que, durante todo o período que antecedeu a disputa eleitoral, Adalclever travou uma queda de braço com Toninho para manter a aliança com o Partido dos Trabalhadores, já que seu nome estava na chapa de vice do governador Fernando Pimentel. Ele, aliás, foi o principal fiador do Governo petista nos últimos quatro anos na Assembleia na condição de presidente da Casa. No início do ano, houve ruídos na comunicação com o Palácio, e ele se articulou com o PSB de Marcio Lacerda, mas ninguém esperava, àquela altura, que o socialista iria desistir da disputa.
Sucessora
Cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, em decorrência de propaganda irregular ainda durante a campanha de 2014 – ele passou todo o mandato respondendo ao processo -, o deputado Márcio Santiago perderá apenas quatro meses de trabalho, pois não tem a pretensão de disputar este ano. Para seu lugar, indicou a própria mulher, Missionária Lêda Santiago, para tentar a vaga na Assembleia Legislativa. Em propaganda que já está circulando pelas redes sociais, ele se apresenta ao lado dela fazendo a indicação. Na sua eleição, há quatro anos, o deputado, por força da Igreja Mundial, foi votado em 823 dos 853 municípios mineiros.