João Falcão é homenageado em duas peças na Campanha de Popularização do Teatro

Companhia CorreCotia estreia as adaptações de “A Máquina” e “A dona da história”


Por Júlio Black

15/08/2018 às 19h00- Atualizada 15/08/2018 às 21h36

Trechos do livro, filme e peça são reunidos para uma versão única de ‘A Máquina’, que tem apresentação nesta quinta-feira (Foto: Divulgação)

Em sua proposta de apresentar novos trabalhos e propostas, a 17ª edição da Campanha de Popularização do Teatro e da Dança abre espaço para que a CorreCotia Produção Cultural apresente sua homenagem a um dos principais nomes da dramaturgia brasileira, o pernambucano João Falcão. O grupo apresenta nesta quinta-feira (16), às 21h, no Teatro Paschoal Carlos Magno, “A Máquina”; já na sexta-feira (17), também às 21h e no mesmo local, será encenada “A dona da história”.

De acordo com o produtor Léo Mota, o próprio João Falcão liberou os direitos para as duas montagens, que fazem parte do Projeto Broa de Fubá com Bolo de Rolo – Uma homenagem a João Falcão, realizado em outubro com a presença do dramaturgo, que na ocasião vai ministrar uma palestra. Por isso, as apresentações desta semana no festival podem ser consideradas como uma pré-estreia do espetáculo. “São encenações inéditas, com elenco local. O João Falcão é uma inspiração para mim pela genialidade de sua obra, ‘A Máquina’ foi o que me fez ir para o teatro. Já ‘A dona da história’ é uma peça que sempre tinha vontade de encenar desde quando a vi com a Marieta Severo e Andréa Beltrão”, conta.

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A companhia GET sobe ao palco com a peça “Enquadros” (Foto: Divulgação)
O grupo de dança Nun estreia “Amanhã talvez eu faça a mesma coisa”(Foto: Divulgação)

Primeira a ser ser apresentada no festival, “A Máquina” foi adaptada do livro de mesmo nome de Adriana Falcão, tendo sua primeira encenação em 1999. Ao contrário de “A dona da história”, não será uma montagem na íntegra, com Léo Mota adaptando a história a partir do livro, da peça e também do filme de 2006, dirigido pelo próprio João Falcão. “Trata-se de uma ‘peça-homenagem’, em que reuni trechos dos três trabalhos mais canções que foram utilizadas pelo João nas trilhas sonoras do teatro e cinema, porém com novos arranjos por conta do Felipe Brito, diretor musical das duas peças.”

Além disso, Léo convidou Philipe de Faria para a direção da peça, em seu primeiro trabalho na cidade. No elenco, a mescla de juventude e experiência entre os protagonistas: Emmanuel Castro, que participou do ciclo de oficinas do CorreCotia entre 2016 e 2017, faz sua estreia teatral, enquanto Luidy Mendonça comemora 40 anos de carreira. Os dois, ao lado de Caroline Gerhein, Victor Araújo, Lucas Vieira e Sandra Almeida, contam a história de Antônio na juventude e na velhice. Nascido na fictícia Nordestina, o personagem tem como objetivo levar para a diminuta cidade tudo que a metrópole tem a oferecer para que a sua amada Carolina – que sonha ser atriz – não precise abandonar o lugar. Para tanto, ele planeja viajar até o futuro.

Quanto à “A dona da história”, que tem direção de Marcus Amaral, Léo aproveitou que já havia solicitado os direitos de “A Máquina” para também fazer uma nova encenação do espetáculo que conhecera na adolescência e que também ganhou versão para os cinemas. A história mostra o encontro de uma mulher (Márcia Melo) com sua versão mais jovem (Larissa Zimmermann) em algum ponto de sua trajetória, o que provoca entre as duas a reflexão sobre o que ela se tornou e o que poderia ter sido – e se há como mudar o futuro.

“Eu queria que o processo de composição das duas personagens fosse orgânico, por isso convidei duas atrizes que não se conheciam para os papéis. Se fosse de outra forma, não teria a mesma energia que vimos nos ensaios, a mesma sintonia”, acredita. “As duas peças têm uma ligação por promoverem um encontro sobre versões diferentes de duas pessoas que precisam repensar as escolhas feitas.”

Outras atrações

A Campanha de Popularização do Teatro e da Dança também tem outras atrações inéditas esta semana, ambas no espaço OAndarDeBaixo. O grupo de dança Nun apresenta nesta quinta-feira (16), às 20h, o espetáculo “Amanhã talvez eu faça a mesma coisa”. Com direção de Cecília Cherem, o projeto é uma instalação artística com quatro dançarinos (Bruno Psi, Cecília Cherem, Maria Clara Nardy e Thais Braga) propondo um diálogo entre o eterno e o efêmero. A trilha sonora é de Diegho Salles, com a artista plástica Júlia Ciampi participando com uma de suas obras. O espetáculo será reapresentado no espaço nos dias 23 e 24, no mesmo horário.

Larissa Zimmermann e Márcia Melo são as protagonistas de ‘A dona da história’ (Foto: Divulgação)

Já o Grupo GET (Grupo de Experimentação Teatral) sobe ao palco de sexta a domingo, às 20h, a peça “Enquadros”. Quatro cenas curtas mostram ao público os desafios de indivíduos que se encontram marginalizados. A direção é do trio Tiago Fontoura, Gabi Guarabyra e Danyela Silvério, e o elenco é composto por Anderson Mozão, Danyela Silvério, Ester Vargas, Isabela Magalhães, Gabi Guarabyra, Gustavo Bacchini, Nayara Santos, Regi Sobreira e Vitória Menezes.

A MÁQUINA
Quinta-feira, às 21h

A DONA DA HISTÓRIA
Sexta-feira, às 21h
Teatro Paschoal Carlos Magno (Rua Gilberto de Alencar s/nº – Centro)

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AMANHÃ TALVEZ EU FAÇA A MESMA COISA
Sexta-feira a domingo, às 20h

ENQUADROS
16, 23 e 24 de agosto, às 20h
OAndarDeBaixo (Rua Floriano Peixoto 37)

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