Rodrigo Pacheco vai disputar o Senado

Ainda nas articulações políticas para as eleições, Dilma veta coligação com MDB em Minas

Por Paulo Cesar Magella

06/08/2018 às 10h05 - Atualizada 06/08/2018 às 19h15

Um dia após ter sido lançado candidato ao Governo de Minas pelo DEM, o deputado Rodrigo Pacheco saiu do páreo, mas vai disputar uma vaga no Senado na chapa do candidato tucano Antônio Anastasia. O anúncio ocorreu na tarde desta segunda-feira, após uma série de entendimentos que contaram com a participação, inclusive, do deputado Rodrigo Maia – presidente da Câmara Federal – e do presidenciável tucano Geraldo Alckmin. O palanque tucano ganha um reforço e tanto, enquanto o PT ainda avalia a possibilidade de ter a deputada Jô Morais como candidata a vice na chapa do governador Fernando Pimentel.

Jô negocia

As negociações estão em curso, mas o martelo ainda não foi batido, pois há a expectativa de o MDB voltar para a coligação. Por enquanto, o partido de Adalclever Lopes mantém a aposta na candidatura de Márcio Lacerda, do PSB, que deve ser discutida nos tribunais. O problema emedebista está na ex-presidente Dilma Rousseff. Ela até aceita a participação dos deputados estaduais do MDB, mas vetou literalmente os federais, pois foram eles que participaram da votação que culminou no seu impeachment.

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Mudança no jogo

O candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, desembarca por volta de 18h30 em Belo Horizonte para selar o acordo com o DEM pelo qual o deputado Rodrigo Pacheco, referendado em convenção na semana passada, abre mão da disputa ao Governo e deve disputar uma vaga no Senado na chapa do tucano Antônio Anastasia. O acordo foi fechado entre Alckmin e o deputado  Rodrigo Maia, presidente da Câmara, que também está em BH.

Sem referência

As convenções já aconteceram, mas o debate político em Minas continua forte, uma vez que não há definições. O PSB nacional está discutindo a formação de sua chapa de deputados, já que trabalha sem a candidatura de Márcio Lacerda a governador. O deputado Júlio Delgado garantiu que não haverá nem coligação com o PROS e nem com o MDB, como foi formalizado na madrugada desta segunda-feira, quando ficou acertado que o emedebista Adalclever Lopes será o vice de Márcio Lacerda e o deputado Jaime Martins (PROS) disputará o Senado. Ele acentuou, no entanto, que está sendo buscada uma nova composição. “Com esses dois, não”.

Pacheco em risco

Por outro lado, a assessoria do deputado Rodrigo Pacheco, candidato ao governo referendado pelo DEM no último sábado, não confirma, mas também não desmente, a visita do deputado Rodrigo Maia – presidente da Câmara Federal – para desmobilizar a candidatura em favor de um acordo com o PSDB. Como as chapas majoritárias podem ser registradas até o dia 15, a semana inteira será consumida em negociações.

Veto de Dilma

Até o dia 15 ainda haverá muita movimentação no mundo político, pois é quando termina o prazo para registro das candidaturas majoritárias. As últimas horas foram tensas com acordos sendo feitos e desfeitos no decorrer de horas. O MDB chegou a formalizar a coligação com o PT, mas esbarrou no veto da ex-presidente Dilma Rousseff. Candidata ao Senado, ela disse que não gostaria de ter no mesmo palanque os parlamentares que endossaram a sua cassação. Resultado, o governador Fernando Pimentel perdeu um importante tempo de TV. A decisão da ex-presidente chegou a causar constrangimentos dentro do universo petista, mas a disciplina partidária falou mais alto.

Bruno estadual

Nesse cenário de idas e vindas, o ex-prefeito Bruno Siqueira optou por registrar sua candidatura a deputado estadual. O MDB, no acordo com o PSB de Márcio Lacerda, indicou o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes, como candidato a vice, ficando uma das vagas para o Senado com o representante do PROS, Jaime Martins. Numa reunião na manhã de hoje, o PSB voltou a receber garantias de juristas de que sua convenção foi validada, sobretudo pelo fato de o grupo do deputado Júlio Delgado – representando a direção nacional – não ter feito nenhum evento paralelo. Como resultado, ou todo mundo é confirmado ou todos estarão impedidos de disputar.

Confusão política

O MDB que pensava no PT fechou com o PSB, mas pode voltar para o PT ou até mesmo ficar sozinho. O PSB que tinha candidatura própria foi autorizado a lançar Márcio Lacerda a governador, por decisão do TER, mas pode ser barrado pelo TSE. Minas vive uma situação singular. O prazo das convenções terminou neste domingo, mas somente no dia 15, quando será feito o registro das chapas, é que será possível definir quem está com quem.

Nada definido

O último dia foi marcado por convenções, mas permanecem as indefinições, deixando até mesmo os pré-candidatos atordoados. O deputado Isauro Calais (MDB) deixou Belo Horizonte sem saber com quem, de fato, será feita a coligação, ou se haverá aliança com algum outro partido. A Executiva do MDB lançou o deputado Adalclever Lopes como vice de Márcio Lacerda, mas se o impasse jurídico prevalecer, ele volta a disputar para deputado estadual. “Estão brincando com o eleitor”, lamentou.

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Conversando

O ex-prefeito Bruno Siqueira passa manhã reunido com seu grupo político para também tenta entender o que está ocorrendo. Na noite de domingo, estava certa a coligação com o PT, horas depois, o entendimento foi o PSB, e nessa lista seu nome não estava entre os cotados para o Senado. Deve bater o martelo para deputado estadual e sair do meio desse furacão.

Paulo Cesar Magella

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