Centro de Ciências da UFJF comemora um ano com programação especial

Atividades para crianças e adultos visam despertar maior interesse pela ciência, de forma lúdica e interativa. Em um ano de funcionamento, espaço já recebeu mais de 37 mil visitantes


Por Carolina Leonel

15/07/2018 às 07h00

Complexo científico no Campus da UFJF foi inaugurado em julho de 2017 e reúne diversas atividades

Um ano após a estreia em novas instalações, o Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) preparou uma programação especial para todo o mês de julho, durante as férias escolares. As exposições fixas e atrações do período, em todos os setores do complexo científico, buscam levar os visitantes a perceberem a importância da prática de investigação científica e despertar um olhar mais curioso para a ciência.
Além da visitação espontânea, que continua acontecendo durante todo o mês, a programação oferece uma Oficina de Brinquedos Científicos, voltada para crianças de 6 a 11 anos. “A ideia é que a criança venha, manipule e construa o próprio brinquedo e, depois, o leve para a casa. Nosso intuito é promover a popularização da ciência e levar o conhecimento de forma lúdica e interativa para as pessoas”, afirma o diretor do Centro de Ciências, Elói Teixeira. As oficinas irão funcionar de terça a sexta-feira, a partir das 15h, durante este mês. Não é necessária inscrição prévia, contudo, as crianças devem estar acompanhadas dos pais ou responsáveis.

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Entre as possibilidades de aprendizagem e conhecimento, a programação de visitação ao Planetário também foi pensada para atrair ainda mais curiosos. Com a sessão Fantasmas do Universo, cedida por um planetário alemão e dublada por um colaborador do Centro de Ciências, as exibições versam sobre um fenômeno da ciência ainda misterioso – a matéria escura. Abertas para visitantes com idade a partir de 15 anos, as sessões acontecem de terça a domingo, e é necessário agendamento prévio pelo site, devido à limitação de 90 cadeiras.
Após as sessões no planetário, também é possível conhecer o Observatório Astronômico, onde os visitantes podem utilizar um telescópio fixo de 20 polegadas, além de outros telescópios móveis, incluindo um equipamento específico para observação do sol. Também podem ser observadas estrelas, crateras lunares e planetas do sistema solar.

As atividades são gratuitas, e incluem visitas guiadas a todas as exposições do espaço. Há também programas específicos para crianças mais novas. A programação completa está disponível no site www.ufjf.br/centrodeciencias.

Mais de 37 mil visitas em um ano

Museu de Arqueologia e Etnologia Americana e exposições fixas, como a “Aprenda Brincando” (foto abaixo), estão disponíveis para visitação do público durante o ano todo

Antes de sua inauguração no campus da UFJF, o Centro de Ciências funcionou por dez anos em espaço anexo ao Colégio de Aplicação João XXIII. Ao longo deste período, mais de 130 mil pessoas passaram pelo prédio – uma média de 13 mil por ano. Agora, com maior e melhor estrutura, a nova programação científica tem atraído um público maior e diversificado. “Durante os dez anos, basicamente atendemos ao público escolar. O fato de funcionar anexo ao colégio fazia com que a população, em geral, se sentisse um tanto inibida para a visitação espontânea. Essa mudança (da instalação) para a UFJF, em um espaço aberto, possibilitou uma grande visitação espontânea. Houve uma grande mudança de perfil no público”, conta Elói Teixeira, diretor do centro.

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De acordo com ele, somente no mês de inauguração, em julho do ano passado, também período de férias escolares, o espaço teve quase 9 mil visitantes, surpreendendo a equipe. Ao longo deste primeiro ano foram 37 mil visitas, número que irá aumentar nos próximos meses – o Centro de Ciências vai passar a receber quatro escolas visitantes por dia, o dobro de instituições que visitam o centro diariamente hoje. A expectativa é que mil alunos visitem o local por semana, além de outros públicos. “É muito satisfatório perceber que estamos levando ciência e conhecimento para a população. As escolas públicas não possuem laboratório, o que é prejudicial, porque é preciso que a criança vivencie o experimento. E, com as atividades do Centro de Ciências tentamos, de certa forma, colaborar”, afirma Elói.

Acompanhada pelo pai, a pequena Mariana Escobar Costa Alvim, 9 anos, visitou o espaço pela segunda vez e estava ansiosa para conhecer o planetário e observar o céu pelo telescópio. Explorando a seção “Aprenda Brincando”, contou que adora aprender e fazer experiências, e que, ao mesmo tempo que é divertido, o Centro de Ciências é curioso.

‘A ciência, efetivamente, é experimental’

“Aprenda Brincando” é seção interativa fixa voltada para crianças de 6 a 10 anos e adolescentes

Imagine, em instantes, estar sob céus ainda não observados e poder contemplar imensuráveis constelações. Ou, então, aprender sobre a quantidade de radiação existente nos produtos do nosso dia a dia. Agora, pense que não é preciso imaginar e, sim, experienciar estes e outros fenômenos. Em exemplo similar, o diretor do centro, Elói Teixeira, busca evidenciar a importância de tornar a ciência, efetivamente, experimental. A partir desta possibilidade didática, ele acredita em um maior interesse e predisposição de diferentes públicos para a prática científica.

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Além das visitações, o espaço também possibilita que muito estudantes da universidade vivenciem, fora do ambiente da sala, o que aprendem dentro dela. Alunos dos cursos de Química, Física, Biologia, Estatística, História, Geografia e Matemática passam por uma seleção para atuarem como bolsistas do Centro de Ciências, aprofundando o aprendizado.

“É muito satisfatório perceber que estamos levando ciência e conhecimento para a população”, Elói Teixeira
diretor do Centro de Ciências

Há um ano, a graduanda do 9º período do curso de Química, Ana Carolina Silva, participa do projeto, e conseguiu deixar mais próxima da sua vivência universitária, através de questões do dia a dia que envolvem a ciência. Para ela, o contato diário com muitas pessoas também é aprendizado. “O maior desafio é adaptar a linguagem para os diferentes públicos. Muitas pessoas não sabem o que é feito aqui, então a gente tenta adaptar, da melhor maneira, a base teórica para a realidade. É importante fazer conexões com o dia a dia”, afirma a futura profissional.

 

 

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