Hora de descanso


Por PEDRO CHERQUES

24/04/2011 às 07h00

Caio Junqueira acredita que o detetive Joca foi seu principal papel na TV. E, após um ano e meio gravando Ribeirão do Tempo, na Record, ele finalmente estabeleceu o status de protagonista. O ator de 34 anos de idade e 25 anos de carreira, explica a importância do personagem – o terceiro policial que interpreta – para a carreira e como os valores de Joca aderiram à sua vida pessoal. A honestidade e a lealdade são valores que o Joca tem e trago cada vez mais isso na minha vida,comenta. O ator demorou a se estabelecer com bons papéis, mesmo com uma carreira iniciada muito cedo. Caio é filho do também ator e diretor Fábio Junqueira, falecido em 2008, e, aos 4 anos de idade, já encenava sua primeira peça em um curso ministrado pelo pai. O personagem Joca só apareceu depois que ele ficou nacionalmente conhecido ao interpretar Neto, aspirante no Bope, grupo de elite da polícia carioca, no filme Tropa de Elite, de 2007. O ‘Tropa’ teve o poder de me estabilizar na televisão também. Foi importante pra minha carreira, analisa. O ator também viveu na Record Romero, um policial corrupto na minissérie A lei e o crime, que foi ao ar no primeiro semestre de 2009.

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Tv Press – Como foi ser um dos protagonistas de uma novela tão longa? Você teve de abandonar algum outro projeto?

Caio Junqueira – Essa novela, com certeza, foi o trabalho mais longo que eu fiz de televisão. Nós vamos somar, do primeiro dia de gravação até o último, um ano e meio de trabalho. Muito extenso para um produto diário e que exige muito, como uma novela. Com certeza eu perdi projetos no cinema, porque realmente não dava pra fazer. Priorizei a novela por se tratar de um personagem muito bom. O Joca é o protagonista, junto à personagem Arminda, de Bianca Rinaldi, que adoro. Acabei abdicando de coisas na vida profissional e pessoal. Eu saí de um projeto do Marcos Paulo sobre o assalto do Banco Central na Bahia, que vai virar filme. Ficaria pesado conciliar os dois trabalhos por conta de treinamentos para o filme. Também adiei alguns projetos de teatro para o segundo semestre porque vamos gravar a novela até o final abril.

– O que Joca trouxe para sua vida e sua carreira?

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– Acho que tive um envolvimento muito sincero com o meu personagem. O Joca é um cara muito íntegro e me trouxe um olhar para a falta de verdade nas pessoas, que são muito egoístas. A honestidade e a lealdade são valores que o Joca tem e trago cada vez mais isso na minha vida.

– Como você criou o personagem e conseguiu mantê-lo com fôlego durante todos esses meses?

– A partir do texto. O Marcílio e os colaboradores fizeram um trabalho muito preciso. A história deles já vem colorida. Ela foi criada e se desenvolveu de uma forma muito interessante para se acompanhar. Busquei referência na própria dramaturgia que me preparou para compor o Joca.

– Você pretende investir mais no cinema agora?

– Agora pretendo investir no meu descanso. Preciso de um tempo para não fazer nada e só viajar, se não vou pirar. Seria bom aproveitar o intervalo entre trabalhos na TV para fazer , que eu adoro e não faço desde o Tropa, em 2007. Porém não quero investir só em longas, a preferência são bons trabalhos, independentemente de onde seja. Se é um bom trabalho, me identifico com o personagem e as pessoas que estão trabalhando, eu topo. Mas o importante é que cada mídia tem sua particularidade e seu prazer.

– Você acha que teria a mesma oportunidade se estivesse trabalhando na Globo?

– Acho que não. A diferença é a valorização. Eu fui mais valorizado na Record desde o princípio. Sei que a Globo foi muito importante na minha vida. Fiz vários amigos lá, mas a Record me elevou ao nível de protagonista, coisa que a Globo não fez. Aprendi muito na Globo, fiquei 20 anos lá e fiz personagens bons em produções importantes, mas nunca com contrato fixo, o que me deu oportunidade para fazer muito cinema. Não guardo mágoa nenhuma desta situação. Tenho muitos amigos, atores, diretores e técnicos na Globo. É uma profissão muito difícil de se estabilizar. Então você deve buscar ter bom relacionamento com as pessoas.

Ribeirão do Tempo – de segunda a Sexta, às 22h15, na Record.

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