Conviver servindo


Por Comunidade Espírita A Casa do Caminho Iriê Salomão de Campos

23/06/2018 às 07h00

Os acontecimentos recentes em nosso país, como a greve dos caminhoneiros, expõem muito mais que as visíveis dificuldades do nosso povo, pois mostram incompetência e descaso histórico dos governantes brasileiros.

Com olhar saído da obviedade dos justíssimos protestos, pudemos tristemente ver pelos telejornais a violência brotando com tanta espontaneidade e denunciando a animalidade escondida embaixo das roupas ou no verniz social. Agressão física levando ao óbito um caminhoneiro, infração às leis de fraternidade cometida por aqueles que espalham o pânico pelas redes sociais, da mesma forma como os que correram aos mercados para estocar desnecessária quantidade de alimentos, deixando claro o egoísmo que ainda impera entre nós.
Já há mais de um século, Allan Kardec nos alerta ser o egoísmo uma das chagas da humanidade, e corrigi-lo até a extinção é dever de todo cristão que busca seu progresso pessoal, sem o qual jamais haverá de fato progresso social.

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Para se ter um país mais justo, é necessário que sejamos nós, pessoalmente, os primeiros a praticar a justiça entre nós mesmos, pois ninguém vive construtivamente sem contato com os semelhantes, mas isso não é tudo; é fundamental conviver servindo, aprendendo para melhor auxiliar, de modo a contribuir para a harmonia de todos.
As autoridades competentes afirmam que não há espaço administrativo para reduzir impostos e a carga tributária sobre os combustíveis de modo a aliviar a vida do povo, mas, na página seguinte do mesmo jornal, a matéria destaca os estrondosos gastos descabidos dos mesmos governantes.

Então nos perguntamos, por que não começam por eles mesmos as propaladas reformas? Porque entre eles podem haver muitas religiões, mas não há Cristianismo. Sabem criar leis em benefício próprio, mas desconhecem as leis de amor ensinadas por Jesus, leis que regem a fraternidade, afugentando as sombras da violência, da intolerância e do egoísmo.

Enquanto os homens no poder continuam imunes ao Cristo, cultivemos nós suas amoráveis lições. A maldade no homem resulta da sua própria ignorância das leis de Deus, ensinadas e exemplificadas por Jesus. A prática de todo mal brota do esquecimento da nossa inquestionável filiação divina. É difícil para muitos a aceitação destas verdades, mas chegará sempre um instante em que o despertar para o Cristo se fará. Por amor ou dor, mas ocorrerá. Então nos empenhemos a dar os primeiros passos pelo esforço, para que não seja mais necessária a dor.

Jesus nos ensina a socorrer uma pessoa presa ao lamaçal, nos orientando a estender as mãos para içá-la ao mesmo tempo em que é necessária a vigilância para não cairmos no barro. Para que se tenha paz na Terra, é imprescindível haver esforço individual, é necessário ser pessoa de boa vontade, fazer ao outro aquilo que gostaríamos que o outro nos fizesse como ensina o Mestre de Nazaré.

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