Estilo, conforto, segurança: qual o melhor capacete para você?


Por Wendell Guiducci

21/06/2018 às 07h00

Estilo, conforto e, sobretudo, segurança: conheça a melhor opção para escolher o seu capacete (Arte: Wendell Guiducci)

Estiloso demais, mas pouco eficiente. Absolutamente seguro, mas feio que dói. Às vezes, o motociclista se vê estacionado nessa encruzilhada: que capacete escolher na hora de adquirir o item primordial de segurança para andar sobre duas rodas? Não custa frisar o que todo mundo já sabe: capacete não é acessório, é equipamento obrigatório para se conduzir motocicleta no Brasil. Ainda sim, restam dúvidas: capacete aberto é legal em estrada? Os do tipo “coquinho” podem ser utilizados sem restrição? Posso pilotar sem viseira? Ou posso optar por usar óculos?

De acordo com Theseu Rodrigues, proprietário da Lucca Customs, a primeira característica que o motociclista deve observar é se o capacete tem algum tipo de certificado que garanta a sua integridade física. “No Brasil, esse certificado é o selo do Inmetro. Nos Estados Unidos, seria o DOT, e na Europa, o ECE”, explica. E o selo do Inmetro não é uma opção: o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determina que a fabricação tem que estar de acordo com a norma brasileira NBR 7471, e “cabe ao Inmetro verificar a conformidade do produto, se ele atende ou não a norma brasileira”.

PUBLICIDADE

Visto isso, aí sim, o motociclista pode partir para a escolha de seu capacete, baseado em parâmetros como estilo, conforto, material e preço. Capacetes feitos de fibra de vidro tendem a ser os mais seguros, porque absorvem mais os impactos. Os de fibra de carbono também absorvem bem, e são mais leves. O mais econômico do mercado é o ABS, que usa tecnologia de plástico injetado e também é seguro e regulamentado, embora tenha absorção de impacto menor que a dos supracitados. E ainda há os produzidos com kevlar, fibra sintética à qual normalmente se mistura fibra de carbono ou de vidro.

Estilo x segurança

Segundo Theseu Rodrigues, a escolha do capacete dependerá do gosto do freguês por esse ou aquele tipo de motocicleta. “Via de regra, isso será definido pelo estilo da moto. Se a pessoa tem uma custom ou uma moto para lazer que não exija desempenho extremo, vai optar por algo mais simples e que combine com seu veículo; já um praticante de motocross não usaria um capacete que não se destinasse a esse fim”, pondera. O que não pode, adverte o especialista, é sobrepor o estilo à segurança.

Visual e conforto não implicam necessariamente segurança, observa Theseu. Capacetes aparentemente muito simples, se certificados, garantem, sim, o mínimo de proteção ao piloto. “Design, acabamento e conforto nem sempre indicam uma maior proteção para o motociclista. Existem muitos capacetes com design belíssimo e ótimo conforto e que não atendem às normas de segurança. Indiferente a marca ou preço, sempre opte por um equipamento que proteja você.”

O Inmetro regulamenta quatro tipos de capacetes. Listamos todos abaixo, com suas variações, e tentamos responder àquelas questões que pontuamos lá no começo dessa reportagem.

 

Integral

É o mais seguro entre todos. Protege todas as partes da cabeça, incluindo o queixo. Na frente, é dotado de uma viseira articulada para proteger os olhos do vento, da chuva, de insetos e pedregulhos. Os melhores têm forro removível e lavável, além de aberturas que compõem um sistema de ventilação que areja a parte interna de acordo com a necessidade do motociclista.

 

Aberto

É o mais confortável, recomendado especialmente para quem não vai pegar a estrada, andar grandes distâncias ou pilotar em velocidades mais altas. Esse não protege o queixo. Aliás, não protege o rosto como um todo. Se, como reza o dito popular, pára-choque de motoqueiro é queixo, é fácil deduzir que esse é o tipo menos seguro. Para circular legal, na rua ou na estrada, o capacete aberto tem que ser dotado de viseira — articulada ou do tipo bolha. Se for de um estilo que não suporta viseira de nenhuma espécie, como os modelos vintage que pipocam por aí hoje em dia, o motociclista terá de optar pelo uso de óculos de proteção, desde que sejam de um tipo aprovado pelo Contran.

 

Misto

No capacete misto, a parte de baixo, que protege o queixo, é removível. O motociclista pode optar em andar com ou sem a queixeira, dependendo se está circulando na cidade ou na estrada, sem ter necessariamente de possuir dois capacetes. É um eficiente dois-em-um, mas não tão seguro quando o integral.

 

O conteúdo continua após o anúncio

Modular

O modular é quase um dois-em-um, como o misto. A diferença é que a queixeira não é removível, mas apenas móvel. Ou seja: a parte de baixo, articulada, pode ser levantada, mas não retirada. Por ser flexível, não oferece tanta proteção quando um capacete integral, a exemplo do misto.

 

Off road

É a versão fora de estrada do capacete integral. As principais diferenças são a queixeira alongada, que protege ainda mais o rosto do contato com o chão — um cara que anda em trilha sabe que vai beijar a lona em algum momento — e a aba na parte superior, que protege os olhos da luz solar. Capacetes off road, em geral, não têm viseira. Então é necessário que o motociclista use óculos de proteção. Embora seja desenvolvido especialmente para a prática esportiva, seja motocross, trilha, enduro, freestyle, rali etc, o capacete off road pode perfeitamente ser usado na estrada ou na rua, desde que aprovado pelo Inmetro.

 

Coquinho

Muito bom para tomar cerveja sentado em casa, assistindo a “Sons of Anarchy”. E só. Embora estilosos, os capacetes do tipo “coquinho” não protegem nada, não são aprovados pelo Inmetro e não são aceitos pelo Contran. Logo, além de botar a vida em risco, o cidadão que circula com um capacete desse tipo está sujeito a multa.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.