Ex-presidente Dilma Rousseff visita Juiz de Fora

Em sua fala, Dilma destacou que fez um esforço especial para participar do ato do PT em Juiz de Fora, em apoio a Betão e Margarida


Por Renato Salles

15/06/2018 às 21h14- Atualizada 15/06/2018 às 21h27

Ainda sem uma definição sobre uma possível candidatura ao Senado por Minas Gerais, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) visitou Juiz de Fora na noite desta sexta-feira (15), onde participou dos lançamentos das pré-candidaturas da deputada federal Margarida Salomão (PT), que vai tentar renovar seu mandato para mais quatro anos no Congresso Nacional, e do vereador Roberto Cupolillo (Betão, PT), que pretende se lançar na disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

A mesa do evento foi formada por Margarida, Betão e Dilma, além da presidente estadual do PT, Cida de Jesus, e do presidente municipal do partido, Renê Matos  (Foto: Marcelo Ribeiro)

Desde os momentos que antecederam o início do evento realizado no Ritz Hotel, no Centro, a solenidade teve tom de campanha, com músicas referentes às empreitadas presidenciais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontado como pré-candidato do Partido dos Trabalhadores à Presidência mesmo após sua prisão no âmbito da operação Lava jato, sendo executadas em sistema de som instalado no local. Em sua fala, Dilma destacou que fez um esforço especial para participar do ato do PT em Juiz de Fora, em apoio a Betão e Margarida. “Para mim, este ato tem um significado importante. Considero a Margarida uma das lideranças importantes do PT no Congresso. Ela representa com muita força, competência e dignidade a mulher de Minas e a mulher brasileira. É um ato que damos a partida para um grande esforço de elegê-los e elegê-los bem.”

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Diante de uma grande presença de militantes, a mesa do evento foi formada por Margarida, Betão e Dilma, além da presidente estadual do PT, Cida de Jesus, e do presidente municipal da sigla, o ex-reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Renê Matos. Coube a Renê, a abertura das falas. “Mais um momento para entrar na história. Entre nós, um exemplo de mulher, fonte inesgotável de inspiração e comprometimento com a democracia e exemplo de honestidade na busca pelo desenvolvimento do Brasil, sempre apoiada no compromisso com o social”, afirmou, fazendo referência à ex-presidente. Renê ainda defendeu as candidaturas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência e de Dilma ao Senado.

Em seguida, foram apresentadas as pré-candidaturas de Margarida e Betão, que fizeram suas explanações aos presentes, que, além do auditório principal, acompanhavam o ato de outras dependências do hotel por meio de transmissão por vídeo. A defesa do direito de Lula disputar as eleições de outubro foi uma constante em todos os discursos, assim como os apelos para que Dilma dispute o Senado.

Defesa contundente

A defesa mais contundente à candidatura de Lula foi feita pela ex-presidente Dilma que afirmou que se prepara para viajar ao exterior para difundir o movimento pela liberdade do ex-presidente no cenário internacional. “Lançamos o Lula na semana passada. Este lançamento tem um significado muito importante. É a manifestação da nossa posição política. Achamos que o Lula é alvo de uma perseguição política, que começa há muito tempo, em 2005. Nós consideramos Lula inocente. Em seu conteúdo maior, este é um processo político. Do ponto de vista jurídico, ele carece de fundamentos”, afirmou a petista, que não deu maiores sinais sobre uma possível candidatura ao Senado. “O Lula está em Curitiba. Eu estive com ele. O Lula está mais magro, mas continua com uma imensa força pessoal. Ele não admite não ser candidato. Ele lutará até o fim por sua candidatura.”

Possível candidatura

As especulações em torno de uma possível candidatura de Dilma ao Senado este ano ganharam contornos mais reais no último dia 6 de abril, quando a petista transferiu seu título eleitoral de Porto Alegre (RS) para Belo Horizonte, na data limite para aqueles que pretendem lançar seus nomes para a disputa de cargo nas eleições deste ano alterar seus domicílios eleitorais. Dentro do PT, também já foi aventada a possibilidade de Dilma correr por uma cadeira na Câmara dos Deputados em outubro. Os adeptos da tese defendem que uma boa votação da ex-presidente poderia ajudar o PT a formar uma bancada significativa de deputados federais no estado.

Uma possível candidatura de Dilma ao Senado é considerada por muitos como o principal fator que levou ao rompimento para a formação de um acordo entre PT e MDB em torno do projeto de reeleição do governador Fernando Pimentel (PT), com os emedebistas, decidindo desistir da reedição da dobradinha vitoriosa nas eleições de 2014 para apostar em empreitadas próprias ao Governo de Minas e ao Senado. Por outro lado, lideranças do PT já externaram que o lançamento de Dilma como candidata ao Senado é uma das prioridades da legenda e é considerada estratégica para viabilizar o projeto de reeleição de Pimentel e, até mesmo, fortalecer uma possível candidatura de Lula à Presidência.

Volta à cidade

Dilma voltou a Juiz de Fora oito anos depois de ter vindo pela última vez à cidade durante a campanha para as eleições presidenciais de 2010. Na época, como candidata petista à Presidência da República, participou de comício no Terreirão do Samba, ao lado do presidente Lula. Também dividiram o palco com a ex-presidente o candidato ao governo de Minas, Hélio Costa, seu vice, Patrus Ananias, e Fernando Pimentel, hoje governador e, na época, candidato ao Senado. Na ocasião, cerca de 15 mil pessoas assistiram ao comício.

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