Antonio Anastasia defende frente única de oposição

Em visita à cidade, o tucano sinalizou portas abertas para conversas com lideranças de outras legendas


Por Renato Salles

08/06/2018 às 20h11- Atualizada 08/06/2018 às 20h32

Pré-candidato ao Governo de Minas Gerais e líder nas pesquisas de intenção de voto mais recentes, o senador Antonio Anastasia (PSDB) visitou Juiz de Fora nesta sexta-feira (8). Em tom de campanha, o tucano cumpriu uma agenda extensa na cidade e visitou o Museu Mariano Procópio, a sede do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Sudeste/JF (Cisdeste) e a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) – Regional Zona da Mata.
Acompanhado de lideranças de partidos que apoiam sua pré-candidatura, como os deputados estaduais Antônio Jorge (PPS) e Noraldino Júnior (PSC), além de outras lideranças locais como o prefeito Antônio Almas (PSDB), o deputado federal Marcus Pestana (PSDB) e o ex-prefeito Bruno Siqueira (MDB), Anastasia reforçou intuito de trabalhar pela composição de uma frente única de oposição para enfrentar o governador Fernando Pimentel (PT) nas urnas nas eleições de outubro, sinalizando a intenção de ampliar conversas com nomes como o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), o deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM) e o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Dinis Pinheiro (SD).

Acompanhado de lideranças partidárias, tucano defendeu, na Fiemg, a candidatura de Geraldo Alkmin no plano nacional (Foto: Marcelo Ribeiro)

“Temos várias candidaturas colocadas no campo de oposição ao Governo estadual. São todas pessoas que têm origem no mesmo campo político e de partidos que foram aliados no passado. Todos têm legitimidade para apresentar as suas candidaturas. Neste meio tempo, o ex-deputado Dinis Pinheiro já declinou de sua candidatura ao Governo, por exemplo. Continuamos em tratativas com os demais, respeitando totalmente a legitimidade e a iniciativa de cada um ter sua campanha”, defendeu o senador, adotando tom político para avaliar possíveis aproximação.

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Anastasia lembrou ainda que, mudanças eleitorais recentes, postergou a realização das convenções partidárias, que, pelo atual calendário, deverão ocorrer entre os dias 20 de julho e 5 de agosto. Para o tucano, o prazo maior mantém em aberto a possibilidade de entendimentos entre os blocos oposicionistas. “Temos até o início de agosto para definições. Isto também vai depender do que ocorrerá no campo federal. Não acredito que tenhamos 20 candidaturas à Presidência. Assim existirão convergências que podem ter reflexos no estado”, avaliou.

Anastasia também mostrou confiança de que o projeto nacional do PSDB possa ganhar corpo nos próximos meses, a despeito do desempenho abaixo do esperado do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato tucano à Presidência, nas consultas de intenção de voto. Mesmo quando o ex-prefeito de São Paulo João Dória (PSDB) é colocado como possível presidenciável, a sigla segue patinando nas pesquisas. Neste sentido, o senador não acredita que seu desempenho eleitoral possa ser comprometido pelas dificuldades do projeto do partido no âmbito nacional.

“O que se nota é uma certa resistência do cidadão com a situação atual, o que é compreensível em face da crise política que vivemos. Então, o PSDB como todos os demais partidos, acaba sofrendo um pouco. Mas acreditamos que o Geraldo, com a experiência que tem por ter governado de São Paulo por quatro vezes, com um esforço político muito grande, com uma boa base em outros estados, com um partido grande e com um tempo razoável de exposição na televisão, tem uma tendência ao crescimento. No meu caso, tendo sido governador recentemente e atual senador e tendo um conhecimento bom do meu nome, já tenho, de largada, um percentual bastante razoável.”

Ainda segundo Anastasia, o senador Aécio Neves (PSDB) ainda não definiu qual caminho deve seguir nas eleições de outubro, mantendo o foco voltado para sua defesa sobre questionamentos judiciais que rondam sua atuação política e parlamentar, como suspeitas no âmbito da Operação Lava jato. “Ele já declinou publicamente de participar dos eventos da pré-campanha. Estamos aguardando agora a decisão se ele será candidato ou não. Vale lembrar que ele tem, em Minas, uma grande coletânea de serviços prestados e obras realizadas e foi Governador por oito anos, mas enfrenta as questões judiciais e está se dedicando muito a sua defesa neste momento. Vamos aguardar mais um pouco.”

Senador sugere retomada de obras do Hospital Regional

Durante sua passagem por Juiz de Fora, o senador, que governou Minas Gerais por dois mandatos, lembrou de algumas ações de sua gestão voltadas especificamente para a cidade e a Zona da Mata. “Conseguimos apresentar programas interessantes, como a atração de empresas como a Codeme e a AlmaViva. Conseguimos também reverter a situação da Mercedes. Fomos à Alemanha para transformar a unidade de Juiz de Fora em uma fábrica de caminhões. Foram medidas econômicas relevantes. Tivemos também a conclusão do Aeroporto Regional, que é uma obra importante. Talvez, as pessoas ainda não tenham sentido isto pela crise econômica que vivemos, mas que, nos próximos anos, será uma grande âncora do desenvolvimento da região”, afirmou, antes de sinalizar que, caso eleito, poderá dar sequências às obras do Hospital Regional no Bairro São Dimas e trabalhar pela duplicação de vias de acesso ao Aeroporto Regional Itamar Franco.

“Sempre queremos mais. Conseguimos, por exemplo, fazer o projeto da obra da estrada para o aeroporto e uma parte foi concluída pelo atual Governo, mas ainda tem que ser feito um segundo braço, que vai duplicar a estrada daqui até o Aeroporto Regional. Acredito tenhamos ainda muitas obras a serem feitas. A conclusão do hospital é uma delas e, talvez, seja a mais relevante. Atualmente, está em torno de 70% e 65% pronta, mas foi paralisada pelo atual Governo. Em termos de obras públicas e políticas públicas, acredito que seja a maior necessidade hoje”, analisou o senador. Por fim, o tucano afirmou que o fato de Juiz de Fora estar sendo comandada por uma prefeito de seu partido – Antônio Almas – pode facilitar o diálogo caso seja eleito para mais um mandato à frente do Governo do estado.

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“Nunca tive relacionamento difícil com prefeitos de partidos de oposição a mim. Não podemos discriminar ninguém pelos partidos. Porém, não há dúvida também que um prefeito que tem uma posição mais convergente torna a palavra mais fácil. Mas isto não estimula ou desestimula investimentos. Juiz de Fora é a quarta cidade mais populosa de Minas Gerais; tem um dos maiores PIBs do estado; é a capital regional da Zona da Mata e metrópole regional que abrange várias cidades do Rio. Assim, todo governo tem que ter um foco especial aqui”, pontuou o pré-candidato ao Governo.

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