Anastasia considera perigosa redução do ICMS sobre os combustíveis

Por Paulo Cesar Magella

25/05/2018 às 06h30 - Atualizada 24/05/2018 às 21h32

O senador Antônio Anastasia considerou perigosa a proposta dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede) e Romero Jucá (MDB) de reduzir o ICMS sobre os combustíveis para uma tarifa única de 18%. Os dois parlamentares argumentam que alguns estados chegam a uma tributação de até 35%, que estaria ajudando no aumento do preço dos combustíveis. Para Anastasia, que já foi governador, o projeto pode apenas mudar o foco da greve, pois os estados, já com graves problemas financeiros, não suportariam uma redução tão drástica. “Se isso ocorrer, como irão pagar serviços próprios do estado. Aí, a greve só iria mudar de lugar. Quando se tira alguma coisa, é preciso colocar algo em seu lugar”. Em entrevista à Rádio CBN, o parlamentar admitiu que a crise é uma das mais graves que já viu, mas considera que a discussão deve ser mais profunda. Ele também criticou o Governo Federal que deveria ter resolvido esse impasse em 24 horas, não podendo deixar algo tão grave prosperar.

Contrapontos

Anastasia considera natural as críticas do governador Fernando Pimentel à sua administração, pois é próprio da política uma administração fazer um contraponto em relação ao mandato anterior, mas considera que certas críticas precisam ser mais bem avaliadas. Em sua visita a Rio Novo, na última terça-feira, Pimentel voltou a classificar de faraônica a construção da Cidade Administrativa, cujo custo estaria influenciando a crise no estado. “Espero que ele não considere faraônica também a obra do Aeroporto Regional, construído em nosso Governo, no qual, aliás, ele deve ter descido”, ironizou.

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Só política

Finalmente, o parlamentar acentuou que não tem propósito de levar para o palanque as questões judiciais que afetam seu colega Aécio Neves e até o próprio governador Fernando Pimentel. “Sou contra politizar questões judiciais. Minha campanha será em cima de ideias”, enfatizou. Ele admitiu conversações com o MDB, mas destacou que, com o adiamento das convenções para agosto, possíveis entendimentos vão demorar. Sobre a possibilidade de, nesses acordos, o ex-prefeito Bruno Siqueira ser seu vice, disse que a escolha se dá por composição partidária, mas é preciso ter respeito e confiança.

Fator Campora

A decisão do Partido dos Trabalhadores de manter a candidatura do ex-presidente Lula, mas já definindo um vice, não é um ato de arroubo. Trata-se de uma estratégia que já deu certo em outros países. Na Argentina, com Juan Domingo Perón exilado, seus seguidores indicaram o dentista Hector Campora para candidato. Ele venceu as eleições, tomou posse em 25 de maio de 1973 e governou o país somente até 13 de julho do mesmo ano. Nesses dois meses, anistiou todos os presos políticos e permitiu a volta de Perón ao país. Feito isso, renunciou ao cargo. Perón se elegeu presidente.

 

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