Tiro que levou criança à morte no Santa Cândida foi motivado por rixa de grupos rivais

Delegado informou que o suspeito de atirar e matar Davi, de 2 anos e 10 meses, era morador de um imóvel alugado pela mãe do menino


Por Vívia Lima

16/05/2018 às 20h03- Atualizada 17/05/2018 às 14h17

Delegado Rolli mostrou blusa camuflada e capacete utilizados pelo atirador (Foto: Olavo Prazeres)

O rapaz que seria alvo do tiro que matou Davi Lucas Clemente, de 2 anos e 10 meses, era morador de um imóvel alugado pela mãe da criança. A informação foi divulgada durante coletiva à imprensa, na tarde desta quarta-feira (16), na 1ª Delegacia Regional em Santa Terezinha. O menino morreu depois de ser baleado no abdômen, quando estava no colo de sua mãe, no fim da tarde do último domingo (13), Dia das Mães, na calçada da Rua Pedro Paulo Viera, no Bairro Santa Cândida, Zona Leste de Juiz de Fora.

De acordo com o delegado da Especializada em Homicídios, Rodrigo Rolli, a ação violenta foi motivada por rixa entre grupos rivais, reacendida há cerca de três semanas, quando o executor dos tiros e o alvo se envolveram em uma briga em um baile funk na cidade de Matias Barbosa. “O pessoal do Santa Cândida afirma que havia um bonde do bairro presente neste evento, e eles teriam encontrado desafetos, iniciando a discussão que terminou em briga. Na ocasião, o atirador foi atingido com uma garrafada no rosto por parte da vítima do último domingo. Em represália, esses indivíduos acabaram praticando essa atitude desprezível. Testemunhas e moradores do bairro previam que algo iria acontecer, pois eles já tinham declarado vingança”, disse Rolli.

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O policial ainda acrescentou que, no dia da morte de Davi, familiares da criança estavam na calçada, quando perceberam que o rapaz, 24, estava inquieto e logo ouviram disparos de arma de fogo. “Alguém gritou ‘tiro’ e todos começaram a correr. Para a infelicidade da mãe e do filho, quando ela correu para sua casa, a porta não estava aberta. Ela entrou em um beco, mas acabou empurrada pelo alvo que passou à sua frente. No entanto, o suspeito ainda trocou o carregador da arma e continuou atirando diversas vezes, ferindo as vítimas.”

Apesar de a mãe do menino afirmar que foi empurrada, sendo colocada na linha de tiro, Rolli pontuou que não se pode dizer que ele premeditou a atitude. “Nenhuma testemunha afirmou que o rapaz tomou a atitude de maneira pensada. Mesmo porque o episódio ocorreu de forma repentina, não sendo possível prever. A princípio, o rapaz não irá responder por nenhum crime. No dia, ele não recebeu voz de prisão e agiu em estado de necessidade.”

No Ceresp

A mãe de Davi foi baleada no antebraço, e o rapaz alvejado no pé esquerdo. Um suspeito foi preso no domingo e está no Ceresp à disposição da Justiça. De acordo com informações da Polícia Militar, o menino Davi chegou a ser atendido em dois hospitais, mas não resistiu.

Populares disseram que o jovem que seria o alvo dos tiros foi surpreendido por ocupantes de uma motocicleta. O carona, um rapaz de 21 anos, desceu da moto e abriu fogo. O jovem baleado passou por cirurgia e, segundo o delegado, recebeu alta nesta quarta-feira e deverá ser ouvido nos próximos dias. Para concluir o inquérito, faltam ainda os laudos de necropsia da criança e de corpo delito das outras vítimas. Durante a coletiva, foram apresentados uma blusa camuflada e o capacete utilizado pelo atirador no dia do crime, além de seis munições recolhidas no local do crime. O segundo suspeito de participar da ação criminosa foi identificado, mas ainda não localizado.

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