Veja 5 motivos para ter uma peça de design em casa

Saiba as vantagens e como funciona o mercado de objetos assinados


Por Bárbara Riolino

13/05/2018 às 07h00

A birdhouse Gotinha, da Lattoog, foi feito especificamente para pássaros, mas também para levar charme às áreas externas

O investimento em peças de design, seja por sua estética ou funcionalidade, está cada vez mais tangível, o que vem despertando um interesse cada vez maior no consumidor e, por sua vez, levando lojas físicas e virtuais a disponibilizarem em seu acervo um maior número de opções.

“Uma peça de design, geralmente, possui formas atemporais. É feita com materiais de boa qualidade e ecologicamente corretos, além de ter um acabamento superior. É aquela peça que agrada os olhos, que tem uma preocupação em propor algo diferente, aliando funcionalidade, estética, conforto e durabilidade”, define o designer de móveis, Sílvio Romero.

PUBLICIDADE

Este conceito é a base para que o design atual abra ramificações que abrangem todo tipo de público e, principalmente, todos os tipos de bolso. Conforme explica o designer Fernando Fernandes, é preciso entender que o design tido como “assinado” pode ser produzido de duas formas: em larga escala ou de forma independente. No primeiro caso, a produção ocorre por meio de parcerias firmadas entre grandes lojas, ou marcas, e designers consagrados.

Nesta produção, Fernando destaca que muitas marcas já possuem uma fabricação estruturada, o que permite mais lucratividade a partir da otimização dos processos, pesquisa de tecnologias e materiais, reduzindo custos com a matéria-prima sem interferir no valor agregado da peça. “Por outro lado, o designer independente passa por uma série de dificuldades de produção, desde a prototipagem, a fabricação até a venda. Por isso os designers, em sua maioria, produzem peças sob encomenda e não possuem um estoque muito grande, o que encarece a produção em relação às peças produzidas em larga escala, seja qual for o valor final delas”, explica.

Poltrona Dorival, do Studio Arthur Casas, oferece uma nova proposta para ambientes de estar

Por outro lado, Fernando afirma que há uma valorização cada vez maior do design artesanal e autoral. “As pessoas buscam personalização, individualidade, autenticidade, conceito e qualidade no desenho das peças. Há uma valorização dos pequenos produtores, que agora estão mais acessíveis, em contraposição aos produtos chineses ou populares que não expressam a identidade dessa geração”, reflete.

Escrivaninha cortem criada por Silvio Romero. Sobre ela, escultura de casal aço, série 6/100, de Jaime Prades

E que fique claro, peça exclusiva não é sinônimo de peça de design. Silvio Romero observa que um designer pode de criar um objeto para ser reproduzido em larga escala ou em baixa escala. “Uma coisa não exclui a outra. Mesmo assim, isso não se configura como exclusividade. Este conceito ocorre quando um número reduzido de peças é produzido por ele”, pontua.

Popularização

Um dos grandes motivos que tornaram o design mais acessível foi o fato de as patentes de peças criadas por grandes designers terem expirado, possibilitando a reprodução por qualquer pessoa. Um exemplo são as as criações do casal Charles & Ray Eames. O problema, na visão dos designers, não está nesta produção, mas na qualidade das peças, uma das principais premissas do setor. “A produção de peças renomadas e desejadas em larga escala, aliada a uma grande concorrência de produtores, torna o produto mais barato e mais vendável, porém, com baixíssima qualidade se comparado ao que é feito por fábricas que possuem autorização de produção”, ressalta a designer Flávia Araújo.

Por outro lado, a oferta desse tipo de produto em lojas de mobiliário e decoração, em lojas de departamento e até pela internet melhorou o acesso às peças e também serviu para divulgar o design autoral de pequenos produtores. “Existem lojas que convidam designers para produzirem peças exclusivas com valor agregado maior e lojas que conseguem popularizar o desenho com valor agregado menor. Em ambos os casos, acreditamos que as lojas auxiliam na popularização e no acesso ao design, pois, de certa forma, as peças são visualizadas pelo consumidor e se tornam objetos de desejo”, destaca a designer.

Poltronas assinadas pelo designer Sérgio Rodrigues, que iniciou seu trabalho na década de 50

Outro ponto que contribui para este novo cenário, segundo ela, é a mudança do olhar. “As pessoas estão mais criativas, e as ferramentas tecnológicas estão contribuindo para esta consciência coletiva. Elas sempre se interessaram por isso, o que mudou é o senso estético, as referências e a facilidade de se encontrar produtos mais acessíveis”.

O conteúdo continua após o anúncio

Hora de levar para a casa

O design também está presente em itens decorativos, como nesta luminária elaborada por Ronald Sasson

Ao investir em design, o objetivo, segundo a arquiteta Jaqueline Bonjour, é unir qualidade, estética e funcionalidade. Para quem deseja aventurar-se nesta área, a profissional orienta começar por luminárias, itens de decoração, cadeiras e poltronas. Outra dica, conforme o designer Felipe Vargas, é buscar peças multifuncionais, como uma mesinha lateral que pode tanto se transformar em criado quanto em banquinho. “O design deve ser interpretado e utilizado da maneira que a pessoa necessita. Flexibilidade é uma boa palavra na hora de pensar em uma peça de design. A peça se torna interessante quando pode ser reinventada pelo usuário”, aponta.

5 motivos para ter uma peça de design em casa

  1.  O produto tem que ser desejado por você, e você precisa criar uma relação com a peça
  2.  Defina a finalidade e a função da peça no ambiente
  3. Escolha uma peça autorizada ou autoral, que seja verdadeira e não uma cópia
  4. O produto tem que ser durável, com indicações de possíveis manutenções e qualidade dos materiais
  5. Procure um design com estética atemporal, que não acompanhe modismos
Fontes: Fernando Fernandes, Flávia Araújo e Felipe Vargas, designers do f.studio

 

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.