Concurseiros já se preparam para as provas

A cerca de 15 dias da abertura das inscrições, especialistas afirmam que conteúdo programático enxuto pode ajudar candidato e que ainda dá tempo para se preparar


Por Fabíola Costa

06/05/2018 às 07h00

Candidatos lotam sala de cursinhos, que orientam alunos a incorporarem um horário de estudos dentro da rotina (Foto: Marcelo RIbeiro)

A dois meses e meio para a aplicação da prova objetiva do concurso da Câmara Municipal de Juiz de Fora, ainda dá tempo de estudar para o certame que está lotando salas de aula de cursinhos e enchendo de esperança quem deseja contar com a estabilidade garantida por um cargo público. O concurso oferece 30 vagas, em cargos de níveis médio, médio/técnico e superior. Os salários iniciais variam de R$ 1.526,58 a R$ 4.725,08, de acordo com o posto pretendido.

Há oportunidades para assistente técnico legislativo nas áreas de administrador de gestão em recursos humanos, ciências sociais e políticas, educação e cultura, meio ambiente, política urbana, saúde pública, psicólogo e redator/revisor. Também há vagas abertas para assistente legislativo (técnico em informática e técnico em segurança do trabalho), jornalista e assistente legislativo 1, posto que oferece o maior número de vagas, 13 no total. A Consulpam Consultoria Público-Privada, de Fortaleza (CE), é a organizadora do certame.

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Para especialistas na área, esse é um bom momento para iniciar ou continuar os estudos. Só para 2018 é esperada a abertura de 165 mil vagas nos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e nos três níveis: municipal, estadual e federal, conforme levantamento feito pela Associação Nacional de Proteção e Apoio a Concursos (Anpac). Para alcançar o objetivo de vida, os especialistas dão o caminho das pedras: é preciso insistência, persistência, dedicação, disciplina e foco.

O jovem Vitor Mendes Magalhães, 23 anos, seguiu as dicas à risca na busca por bons salários e estabilidade. Primeiro lugar no concurso para fiscal de posturas e quarto lugar no cargo de agente de transporte e trânsito, ambos realizados pela Prefeitura de Juiz de Fora, Vitor começou a estudar logo que houve a abertura do edital, em abril de 2016. Ele matriculou-se em um cursinho, onde tinha aulas pela manhã. À tarde, revia o conteúdo ministrado em sala de aula e reforçava a assimilação fazendo muitos exercícios da banca. “Isso me ajudou muito.”


Durante a noite, cursava a Faculdade de Direito na UFJF. Vitor já tinha feito outros concursos, mas sem tanto envolvimento. Mesmo durante os meses de estudo intensivo, diz, o jovem conseguia ter vida paralela, “nos finais de semana, dava uma amenizada, não estudava tanto”. Hoje, Vitor está formado, atua como agente de transporte e trânsito desde abril e já planeja assumir a função de fiscal de posturas, cujo resultado final foi homologado no final do mês passado. Para ele, é uma questão de dedicação. “Eu também achava que não era possível, mas é sim, com certeza.”

Inscrições começam no dia 21 de maio

O prazo de inscrições para o concurso da Câmara Municipal de Juiz de Fora será aberto no dia 21 (segunda-feira) deste mês e segue até 22 de junho. As taxas cobradas são de R$ 11,50 (nível médio e técnico) e R$ 16,30 (nível superior). O prazo de 60 dias entre o lançamento do edital e a abertura das inscrições é necessário para que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) analise o edital. A Casa, por meio de sua assessoria, afirmou que o conteúdo foi enviado para análise do órgão e que, até o momento, não houve nenhum questionamento.

Também procurada, a Coordenadoria de Fiscalização de Atos de Admissão do TCE-MG informou que o edital 001/2018 foi enviado pela Câmara ao Tribunal de Contas por meio de sistema informatizado no dia 22 de março, cumprindo a obrigação legal. A análise, informa o TCE, é realizada por amostragem, sendo selecionados os editais com maior número de inconsistências no sistema, que são autuados e transformados em processos. O edital referente ao concurso da Câmara não foi selecionado. “Entretanto, ele ainda pode ser analisado pelo TCE-MG, caso ocorram denúncias ou representações.”

Especialistas recomendam determinação

O proprietário do Executivo Concursos, Antonino Bellini Júnior, não tem dúvidas ao afirmar que dá tempo, sim, de estudar para o concurso da Câmara. “O conteúdo programático não é muito grande se comparado com o de outros concursos.” Ele cita como exemplo Vitor, ex-aluno que partiu praticamente do zero e, em cerca de dois meses, conseguiu colocações de destaque nos concursos realizados pela Prefeitura.

Para Antonino, é preciso determinação e firmeza de propósito. “O conteúdo é igual para todos, precisa ser estudado.” Na sua opinião, é preciso que cada aluno busque um diferencial, como destinar um tempo para fazer a leitura em casa, rever conceitos e fixar conteúdos, para fazer a prova com tranquilidade. “Esse concurso é uma oportunidade muito boa, porque é bem regionalizado, pouca gente vem de fora buscar uma vaga.” Atualmente, o Executivo conta com turmas específicas para o certame, abertas pela manhã, à noite e aos sábados. Cerca de 80 alunos estão matriculados nelas.

Já no Curso Logos, o sócio-gerente Marcelo Gonçalves Alves contabiliza cerca de 160 pessoas participando das turmas específicas para o concurso, ministradas durante a manhã e a noite. Segundo ele, via de regra, são necessários cerca de dois meses e meio para ministrar um curso com seis matérias. A antecedência no estudo, na sua opinião, contribui para o aluno alcançar o nível da concorrência. Para Marcelo, a escolha por um curso preparatório ajuda a direcionar o estudo. “O curso trabalha em cima do que é mais importante e o que é mais cobrado nas provas. O candidato ganha em economia de tempo.”
Marcelo reforça a necessidade de incorporar, dentro da rotina de cada um, um horário para estudos. “É importante reservar pelo menos uma ou duas horas por dia. O ideal é que a carga horária vá aumentando gradativamente. Estudo é condicionamento, um trabalho gradativo.” E finaliza: “o sacrifício é momentâneo, mas o cargo público é para sempre”.

Para Anpac, 2018 terá mais oportunidades

Para o presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio a Concursos (Anpac), Marco Antônio Araújo Júnior, após dois anos de recessão na oferta de concursos públicos (2015 e 2016), e um 2017 com oferta de editais, mas com vagas reduzidas, 2018 apresenta perspectiva positiva, especialmente por ser ano eleitoral. Ele destaca a ampla oportunidade para as polícias civil e militar e a perspectiva de abertura de concurso para Polícia Rodoviária Federal (PRF), Tribunais de Justiça e Ministério Público. De acordo com o especialista, nos concursos previstos para este ano, a maioria das provas deve ser aplicada no segundo semestre ou primeiro semestre de 2019.

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Para o presidente da Anpac, o concursando, aquele que já está estudando há um tempo e saiu na frente na corrida, deve aproveitar o período de edital nas ruas para rever os temas estudados anteriormente. A orientação dele é sempre unir teoria com a prática, por meio da resolução de questões de provas anteriores, com atenção especial às aplicadas pela mesma banca. “Esse procedimento é muito importante para treinar o nível de exigência da banca e a linguagem utilizada por ela.”

Para quem está saindo do zero, avalia, é preciso ter em mente que este é um projeto de médio a longo prazos, “e isso não deve desestimular o interessado”. Por isso, é importante começar a estudar desde já. Uma dica é conhecer bem o edital, considerado o plano de voo. No final das contas, diz, o importante é persistir e não desistir.

 

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