É tempo pascal


Por Equipe Igreja em Marcha, grupo de leigos católicos

21/04/2018 às 07h00

Após penar duro cativeiro, o povo de Deus se libertou da escravidão do Egito. Muitos séculos depois, durante a celebração da Páscoa Judaica, Jesus foi morto na cruz e ressuscitou dos mortos, trazendo-nos a certeza da vitória definitiva da vida sobre a morte. Crer na Ressurreição é a marca fundamental de ser dos cristãos. Testemunhar que Jesus ressuscitou dos mortos, e essa ressurreição que ele a comunica a todos é nossa missão maior: somos todos testemunhas (martiria) de Jesus Ressuscitado! Viver esse testemunho requer de todos nós um compromisso com a Vida, de todos e todas.

Nas guerras sem fim no Oriente Médio, os jornais nos mostram diariamente civis, homens, mulheres e crianças sendo mortos pela estupidez de impérios do mal. Na África, doenças, fome, guerras tribais e disputas de poder fazem suas vítimas. Na Europa e nos Estados Unidos, a grave questão dos migrantes, novos parias de sociedades que haviam atingido uma abundância que chegava a ser acintosa para com os excluídos da Terra. Na nossa América Latina e no Caribe, a violenta concentração de riqueza e renda que leva milhões de irmãos nossos a terem uma “não vida”, quando não os mata mesmo. No mundo todo, tragédias ambientais anunciadas, decorrentes do uso e do abuso irresponsáveis dos recursos naturais, principalmente pelos mais ricos da terra, colocam em risco o próprio planeta, com todas as formas de vida nele existentes.

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É nesse contexto que nós somos chamados a testemunhar que a vida em Jesus é vitoriosa, e é vitoriosa para todos. Como fazê-lo? A vitória de Jesus também se deu em um contexto, aparentemente, contraditório. Foi exatamente o seu aniquilamento na cruz o germe da ressurreição: o grão de trigo tem que morrer e ser lançado à terra para que dele brote a vida. A vida decorre da partilha do pão, que para nós é Deus mesmo. Em torno de todos nós, vemos sinais também de esperança, mostrando que, onde os cristãos vivem e praticam a partilha, a vida brota até em meio a pedras. Ainda há muito o que fazer, mas sabemos que isso não é obra de governos: é o resultado de um enorme mutirão de vontades que vem agindo em conjunto, onde irmãos vêm lutando e se organizando. Assim se celebra a Páscoa: dando cada um de sua própria vida, como Jesus fez, para que todos a tenham.

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