Sindicato pede intervenção para anulação de concurso

Regional do Sind-UTE/MG em JF discorda de decisão da Secretaria Estadual de Educação de validar o certame após irregularidades constatadas por candidatos


Por Gracielle Nocelli

20/04/2018 às 16h29- Atualizada 20/04/2018 às 18h00

Apenas os candidatos de quatro turmas das regionais de Varginha, Montes Claros e Pirapora realizarão novamente a prova (Foto: Divulgação)

A regional do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) em Juiz de Fora solicitou a intervenção da direção estadual da entidade para que as provas do concurso público da Educação, realizadas em 8 de abril, sejam anuladas. Após a aplicação dos exames, candidatos relataram uma série de irregularidades no certame, que iam desde a mudança do horário determinado em edital para o início das avaliações até o uso de celulares dentro das salas, troca de informações entre os concorrentes e falta de provas. Na cidade, participantes que se sentiram prejudicados registraram boletim de ocorrência na Polícia Militar. No entanto, a Secretaria Estadual de Educação (SEE) afirmou que irá reaplicar os exames para candidatos de apenas quatro turmas das regionais de Varginha, Montes Claros e Pirapora. Nos demais municípios mineiros, a validade do concurso foi confirmada.

A coordenadora regional do Sind-UTE/MG em Juiz de Fora, Victória Mello, diz que discorda do posicionamento da SEE. “Na nossa avaliação, o concurso deveria ser anulado em sua totalidade. Foram muitas irregularidades, em maior ou menor grau, em todas as regiões do estado. Isto desmoraliza o resultado.” Ela informa que a entidade pediu a intervenção da direção estadual no caso. “A regional não tem autonomia para atuar sozinha, mas nós nos reunimos com os candidatos que se sentiram lesados, criamos um documento relatando toda a situação ocorrida na cidade e encaminhamos para a direção estadual.” A assessoria do Sind-UTE, em Belo Horizonte, confirmou que recebeu o documento da regional de Juiz de Fora e disse que irá acionar o Ministério Público sobre a validação do concurso pela SEE.

PUBLICIDADE

O comunicado divulgado pela assessoria da SEE afirma que “a Fumarc (organizadora do concurso) informou que houve problemas na aplicação de provas em três localidades e em quatro conteúdos. Na regional de Varginha, os fiscais autorizaram a saída dos candidatos das salas de aulas, devido ao atraso de uma hora (para o início do concurso), mesmo após eles terem manuseado as provas. Em Montes Claros, faltaram avaliações para 26 candidatos, que se recusaram a fazê-las mesmo depois de o fiscal informar que providenciaria os cadernos de provas faltantes. Em Pirapora, em uma das salas, as provas para professores de Artes continham um número menor de questões e não foram substituídas ou complementadas.”

O texto diz, ainda, que “sobre os demais incidentes que circulam em redes sociais, a SEE e a Fumarc avaliam que, apesar de não configurarem quebra de sigilo do certame e, nesse sentido, não darem base a nenhuma ação de anulação do mesmo, irão encaminhar pedido às autoridades policiais para instauração de inquérito criminal e apuração de responsabilidades, tendo em vista evidenciar, em alguns casos, ação deliberada, e frustrada, para prejudicar o concurso. Os candidatos que infringiram o edital serão eliminados, sem prejuízo de outras penalidades cabíveis”. O comunicado na íntegra está disponível no site.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.