Motoristas se arriscam em meio aos buracos da Rua José Lourenço
Tráfego na via, que liga a Cidade Alta à região central, está sendo considerado inviável por moradores
Quem mora nos bairros da Cidade Alta e precisa se deslocar para o Centro, ou vice-versa, tem como opção de trajeto o campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a Estrada Engenheiro Gentil Forn ou a Rua José Lourenço, na altura do Borboleta. No entanto, esta última alternativa tem sido considerada inviável pelos condutores, pela quantidade de danos na via. Há buracos profundos, que colocam os motoristas em situação de risco. Em um deles foi cravado um pedaço de madeira com uma placa com a sigla do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), uma maneira encontrada não só de sinalizar a presença do buraco, mas também de chamar a atenção do Poder Público para a situação.
“Esse sempre foi um trecho complicado, difícil, com muita erosão, problemas com esgoto, a encosta que é muito desprotegida. A saída do Bairro Casablanca, até a rotatória do Bairro Borboleta, é mal sinalizada, vertical e horizontalmente. Isso tudo, somado a quantidade de buracos, fica impossível”, disse uma moradora da Cidade Alta, que prefere não se identificar. A via, segundo ela, é muito utilizada e, com o tempo, e o adensamento populacional ampliado na região, o tráfego se tornou ainda mais intenso, o que torna o fluxo mais complicado no trecho. “É pesado, passa caminhão, passa ônibus, muita quantidade de carro e a manutenção não é suficiente para toda essa frota.”
“O que tem lá são crateras, dizer que há buracos é ser gentil”, disse a motorista da Uber Gabriella de Souza. “A insegurança é total, porque temos que colocar o carro na contramão em uma curva perigosa, no meio de uma descida. Ou seja, há um risco enorme, porque você põe a sua vida nas mãos de outra pessoa. Dependendo da velocidade que ela vier, é acidente na certa!” Gabriella diz que tem dificuldade em buscar outra rota. “Não temos mais muitas opções, as nossas saídas estão todas horríveis. Temos que escolher sempre entre a que está menos pior.”
A motorista, assim como quem deixou a placa com a sigla do IPTU dentro do buraco, cobra uma presença maior do Poder Público. “Pagamos para ter a via conservada, mas estamos expostos aos mais diversos riscos, porque a manutenção não acontece como tem que ser. Se deixamos de pagar os impostos, como IPVA, nossos veículos são apreendidos. Perdemos o nosso meio de trabalhar.”
Além dos riscos de acidente, Gabriella destaca os prejuízos sentidos pelos danos causados pelos buracos. “Quebra uma balança, tira o alinhamento, fura ou rasga um pneu, amortecedor, são coisas que precisamos trocar constantemente. Não era para ter que fazer a reposição em tão pouco tempo. A quantidade de buracos nas vias diminui a vida útil dos componentes. Às vezes, precisamos substituí-los antes mesmo de chegar a metade desse tempo.”
Gabriella também ressalta a necessidade de conscientização dos cidadãos, para que não só abram os olhos, mas também ajudem a cobrar e agir. “Não é só naquela região que encontramos esse tipo de problema. Sinto o impacto como moradora do São Pedro e como trabalhadora também. Por rodar por vários bairros, vemos essa situação se multiplicar pela cidade toda. Vejo que todos nós precisamos fazer algo, do contrário, as coisas vão continuar como estão.”
De acordo com a assessoria da Empresa Municipal de Pavimentação e Urbanização (Empav), o órgão está atento à situação da Rua José Lourenço e vai fazer a Operação Tapa Buracos na via na próxima semana.