Conta a história que estava Jesus em pregação, quando um doutor da lei o interrompeu, perguntando: “Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”; Jesus: “Que está escrito na lei? – Amarás teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma, de toda tua força e de todo teu entendimento, e a teu próximo como a ti mesmo. Faze isso e verá” (Lucas 10).
Quem é o nosso próximo? Revendo a parábola do Bom Samaritano, encontraremos a resposta dada por Jesus em sua narrativa: “Um homem descia de Jerusalém a Jericó e caiu nas mãos de ladrões que, depois de o despirem e espancarem, se retiraram, deixando-o meio morto. Por uma coincidência, descia por aquele caminho um sacerdote; quando o viu, passou de largo. Do mesmo modo também um levita, chegando ao lugar e, vendo-o, passou de largo. Um samaritano, porém, que ia de viagem, aproximou-se do homem e, vendo-o, teve compaixão dele. Chegando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma hospedaria e tratou-o. No dia seguinte, tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse: Trata-o e, quanto gastares de mais, na volta eu te pagarei. Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu o doutor da lei: aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe Jesus: vai-te, e faze tu o mesmo” (Lucas- 10-25).
Nessa história atualíssima, encontramos ao nosso lado, diariamente, cada um dos simbólicos personagens narrados aqui. Revemos, diariamente, em nós mesmos ou nos outros, reações idênticas ou semelhantes às da parábola. Por isso, o ensino de Jesus é atual e valoroso. O nosso próximo é aquele a quem mais precisamos prestar imediata assistência, é sempre a pessoa que se encontra mais próxima de nós e com a qual dividimos nossos passos.
Vemos o sacerdote e seu acompanhante levita ou músico do templo, que, de tão imersos no egoísmo, tornaram-se cegos à necessidade do próximo, e carentes de compaixão. Ao contrário, encontramos no comerciante da hospedaria, cheio de respeito e carinho, cumprindo sua palavra a quem lhe confiou o necessitado. Temos, nas figuras dos agressores, a materialização da maldade humana. Esses criminosos sujeitos aos reparos das leis humanas não merecem receber nenhuma faísca de revide; necessitam, sim, da misericórdia, pois duras lhes serão as consequências perante a justiça de Deus. O samaritano é aquele que vivenciou o mandamento maior, que é o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Todo aquele que entende a Fé Raciocinada, que é beneficiado pelos princípios do Evangelho de Jesus, deve executar o aprendizado com o Divino Mestre ao ensinar: “Vai-te, e faze tu o mesmo”.
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