Diretor Rodrigo Portella vence o Prêmio Shell de teatro
Prêmio foi concedido ao dramaturgo de Três Rios pelo espetáculo ‘Tom na fazenda’
Bastante emocionado, Rodrigo Portella subiu ao palco do Golden Room do Copacabana Palace na noite desta terça (13), recebeu a estatueta do Prêmio Shell de melhor diretor, por “Tom na fazenda”, e recordou sua Três Rios natal. Voltou aos 16 anos, quando, conversando com um amigo, dizia do sonho de receber o tão aclamado Shell. Era distante demais. “Hoje estou aqui”, destacou, com os olhos marejados, o homem de 40 anos e dezenas de direções num currículo respeitado no país.
“Sou de uma cidade chamada Três Rios, no interior do estado, e estou nesse prêmio, o mais antigo e mais importante, com pessoas que fizeram história e preciso dizer que existe teatro para além do Rio (de Janeiro), São Paulo e Belo Horizonte. Em cidades muito pequenininhas, ele acontece. Tem tanta coisa acontecendo nas periferias”, pontuou o artista, em seu discurso que resgatou o Grupo de Amadores Teatrais Viriato Corrêa, a mais longeva companhia de sua cidade, com 90 anos, e seu Teatro Celso Peçanha, o maior da cidade onde Rodrigo se interessou pela arte da cena.
A premiação, que rendeu três estatuetas a “Suassuna” (melhor autor, música e figurino), também consagrou o trabalho de Gustavo Vaz como melhor ator de 2017, por “Tom na fazenda”, espetáculo que mais tem reunido láureas nas recentes premiações. No Cesgranrio, a montagem os prêmios de diretor, ator (para Gustavo Vaz e Armando Babaioff) e cenografia (para Aurora dos Campos). Ainda recebeu o 7º Prêmio Questão de Crítica e, no 6º Prêmio Botequim Cultural, teve reverenciada a direção, ator (Armando Babaioff), ator coadjuvante (Gustavo Vaz), atriz coadjuvante (Kelzy Ecard), cenário (Aurora dos Campos), iluminação (Tomas Ribas) e espetáculo.
Até o dia 1º de abril o espetáculo segue em cartaz no Rio de Janeiro, no Teatro Cesgranrio, aos sábados e domingos, às 20h. O texto de Michel Marc Bouchard, já transposto para o cinema por Xavier Dolan, retrata o encontro do publicitário Tom com a fazenda onde vive a família de seu parceiro, morto recentemente. Num ambiente hostil, ele descobre-se desconhecido para aquelas pessoas e estabelece uma complexa relação com eles, num jogo pernicioso e cheio de contradições. “Tom na fazenda” foi apresentado em Juiz de Fora em dezembro passado, no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, dentro da programação do evento Ato.