O futuro do carnaval no Brasil

“Os órgãos e os setores responsáveis precisam trabalhar em conjunto, planejar rotas, ações e campanhas para que episódios desse carnaval não se repitam no próximo ano”


Por Inácio Botto, graduando em Turismo pela UFJF e estagiário do Departamento de Incentivo ao Turismo da PJF

06/03/2018 às 07h00- Atualizada 06/03/2018 às 07h47

É notório que em 2018 o carnaval de rua quebrou recordes de público. Moradores e turistas nacionais e internacionais se renderam à alegria contagiante e mágica da festa mais popular do Brasil. Nas diversas regiões do país, a folia atraiu milhões de foliões. Porém é explícito ver a falta de planejamento dos órgãos públicos e privados responsáveis pela festa, como podemos observar nas diversas regiões do Brasil.

Nas diversas cidades de grande, médio e pequeno portes, uma grande quantidade de turistas e moradores foi atraída para a folia e as diversas atrações. A falta de planejamento integrado entre as pastas de segurança pública, turismo, transportes e dos setores privados responsáveis pelos blocos foi notável. Nos destaques dos jornais da TV e de circulação, vimos o famoso “jogo de empurra-empurra” entre os atores e as pastas responsáveis. Centenas de episódios de violência foram flagradas. Houve arrastões, assaltos nos blocos, saque a lojas e supermercados, entre outros crimes, nas cidades.

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Um outro ponto que observei nos dias de folia foi a falta de educação e cidadania do folião. Nos diversos blocos em que estive presente, via sempre pessoas jogando lixo no chão, urinando em locais não apropriados e por aí vai, cenas lamentáveis nos blocos e no transporte público. Não adianta só culpar o Poder Público, sendo que você não exerce o seu papel de cidadão consciente.

Para o carnaval de 2019, esse cenário precisa mudar. Os órgãos e os setores responsáveis precisam trabalhar em conjunto, planejar rotas, ações e campanhas para que episódios deste carnaval não se repitam no próximo ano. O desafio é pensar em locais que tenham uma segurança que dê conta das ocorrências, meios de transporte que funcionem de fato e que possam atender a grande demanda de turistas nacionais e estrangeiros que vão circular no país no próximo carnaval.

Neste ano, cerca de 400 mil turistas desembarcaram em terras brasileiras, número que aumentou por conta da concessão de visto eletrônico para turistas oriundos dos Estados Unidos, do Canadá, da Austrália e do Japão, além de 10,7 milhões de turistas nacionais, dados que foram divulgados pelo presidente da Embratur, Vinicius Lummert, à Agencia Brasil. Afinal, é nesse cenário que precisamos de turismólogos competentes, compondo as equipes de planejamento do carnaval e de outros megaeventos, contribuindo, assim, para qualificação deles, tornado-os sustentáveis, seguros, atuando em harmonia com as outras áreas do setor (hotelaria, transportes, segurança e outras tantas), sendo bom para os moradores e turistas que frequentarem esses eventos.

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