Quando é possível fazer

Os políticos rendem mais para a comunidade quando conseguem superar as diversas questões partidárias que mais atrapalham do que resolvem as demandas de interesse coletivo


Por Tribuna

06/03/2018 às 07h00

A solenidade de inauguração do Teatro Paschoal Carlos Magno, na noite de sexta-feira, foi a prova material de que é possível, dependendo da causa, andar junto independentemente do viés ideológico. O projeto foi uma construção do prefeito Mello Reis (1977/1983), filiado à Arena, e concluído na gestão Bruno Siqueira (MDB), com o patrocínio financeiro do Governo Fernando Pimentel (PT). Esse ecumenismo ficou claro na solenidade, quando as mais diversas lideranças se encontraram com o objetivo único de entregar à cidade um espaço cultural que levou 36 anos para sair do papel. No mesmo evento, foi anunciada a recuperação da Escola Delfim Moreira – Grupos Centrais -, que, se consolidada, acabará com o ciclo nômade dos alunos, a cada tempo instalados em um local. O imóvel, construído para abrigar o imperador Pedro II, que nunca o visitou, tornou-se referência histórica da cidade. As mazelas do tempo e a inação dos governantes comprometeram sua estrutura. Chegou a vez de recuperá-lo.

E, de novo, o trabalho se faz acima dos partidos. Quando é possível fazer, a instância política tem que agir de forma conjugada, pois o objetivo comum é atender aos anseios da comunidade. Muitas iniciativas, inclusive de atuais parlamentares, foram colocadas em campo, mas só agora, com o anúncio formulado pelo secretário de Educação, Wieland Silberschneider, é que são consolidadas. O Governo deve, agora, anunciar cronograma e recursos, a fim de chancelar o processo.

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Juiz de Fora tem muitas demandas que só serão resolvidas se houver envolvimento coletivo. Ninguém é ingênuo ao desconsiderar o viés eleitoral, pois ele se faz presente no jogo político, mas o que pesa é a pressão quando vem de várias frentes. Como os grupos e o teatro, a cidade tem na BR-440 uma demanda que precisa ser enfrentada coletivamente, sobretudo pelo preço pago pela comunidade do entorno. Hoje, trata-se de uma via que liga o nada a lugar algum, mas que pode ser uma importante alternativa para o transporte – ou para o lazer – que está sendo corrompida pelo tempo.

Se os políticos superarem suas idiossincrasias e atuarem com o mesmo objetivo, também essa obra pode sair definitivamente do papel. A população agradece antecipadamente.

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