As campeãs invisíveis em evidência

Por Andressa Terra, Larissa Latuf e Weslem Rodrigues.

06/03/2018 às 07h00 - Atualizada 05/03/2018 às 15h39

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as micro e pequenas empresas (MPEs) são responsáveis pela geração de renda de 70% dos brasileiros, representam 98,5% dos empreendimentos do país e têm participação de 22,5% no PIB da Indústria. Além disso, as micro e pequenas empresas – “campeãs invisíveis”, como ficaram conhecidas – apresentaram saldo positivo de postos de trabalhos em 2017 com a geração de cerca de 330 mil novos, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A expectativa para 2018, segundo a pesquisa do Sebrae, é um resultado ainda mais positivo, já que os empresários pretendem adotar novas estratégias de venda e investir em propaganda e marketing.

No entanto, o maior obstáculo para a expansão das MPEs é a concessão de crédito pelos bancos, que vem caindo nos últimos quatro anos. Segundo o Banco Central, de 2014 a 2017, a redução dos empréstimos foi de 33% e, de acordo com o Sebrae, juros e burocracia são os principais entraves na tomada do crédito. Contudo, um novo acordo foi concretizado no início de 2018 entre o Sebrae e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), maior ofertante de empréstimos empresariais. O objetivo do acordo é o estabelecimento de uma maior cooperação no acesso ao financiamento e maior garantia na tomada de crédito por essas empresas.

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A expectativa apontada é de que a garantia de juros mais baixos e desburocratização possam projetar para o futuro uma participação de 50% dos negócios do banco envolvendo as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). Entre os parâmetros criados para facilitar, ampliar e agilizar o acesso ao crédito das micro e pequenas empresas está o lançamento do Canal do Desenvolvedor MPME, em junho de 2017, que consiste em uma ferramenta on-line que já permitiu mais de 25 mil solicitações de financiamento, sendo o público majoritariamente formado por micro e pequenos empresários dos setores de comércio e serviços.

Diante desses fatores, de acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa terminou 2017 com 51,1 pontos, maior nível desde 2015, e começou 2018 ainda maior, atingindo 53,2 pontos em fevereiro. O índice está acima da neutralidade (50 pontos) pelo quinto mês consecutivo, o que demonstra otimismo entre os empresários e torna evidente, portanto, que a expectativa para o segmento, este ano, é de crescimento.

E-mail para cmcufjf@gmail.com

 

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