Paciente com suspeita de febre amarela recebe tratamento alternativo

O resultado esperado é a reversão das consequências da doença, insuficiência hepática e o deterioramento do fígado


Por Rafaela Carvalho

03/03/2018 às 07h00

Um paciente com suspeita de febre amarela, internado no Hospital Regional de Barbacena, está passando por uma plasmaferese, procedimento considerado pioneiro no tratamento contra a doença. O objetivo é extrair substâncias nocivas do plasma do paciente de forma a reduzir o dano causado pela febre amarela ao fígado, como uma espécie de hemodiálise. Segundo a assessoria da Prefeitura de Barbacena, o procedimento começou a ser realizado nesta quinta-feira (1) e deve continuar nos próximos dias, pois varia de acordo com as condições do paciente. O resultado esperado é a reversão das consequências mais graves da doença, a insuficiência hepática e o deterioramento do fígado.

Conforme o secretário de Saúde e de Programas Sociais do Município, José Orleans, em texto publicado na página oficial da Prefeitura, a utilização do procedimento “é uma tentativa de reduzir a letalidade de uma doença tão grave e letal.” Desde julho do ano passado, a Regional de Saúde de Barbacena já registrou 30 casos confirmados, sendo 11 óbitos, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde. Nesta sexta-feira (2), sete pacientes da região encontravam-se internados em dois hospitais da cidade com suspeita da doença.

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Ainda de acordo com informações da Prefeitura, Barbacena seria a segunda cidade do estado onde o procedimento está sendo adotado, juntamente com a capital, Belo Horizonte. Procurada para comentar o assunto, a SES preferiu não se pronunciar. Conforme nota enviada à Tribuna, a pasta “não irá detalhar as condutas clínicas ou alternativas terapêuticas relacionadas ao manejo da febre amarela. Todos os procedimentos empregados são de prerrogativa médica, conforme a legislação vigente, e são acompanhados pela SES-MG e por um conjunto de profissionais competentes e habilitados.”

Também por meio de nota, a secretaria afirmou que “a utilização de novos medicamentos ou a alteração de alguma conduta é sempre um passo a mais na construção da melhor prática de manejo clínico, de forma embasada e segura, sendo que não havia na literatura, até o último ano, registros atualizados sobre o manejo desses pacientes, que evoluem com alta gravidade e elevada velocidade. Ressalta-se que as práticas desenvolvidas no âmbito do Estado de Minas Gerais, a partir do surto de 2016/2017, têm alcançado resultados favoráveis e servido de referência para o manejo clínico também em outros Estados da Federação.”

Procedimento

A plasmaferese é um procedimento realizado por meio de uma máquina, que remove o plasma sanguíneo de forma seletiva com o objetivo de remover uma substância ou componente em quantidade excessiva na circulação, conforme publicação do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo. A máquina utilizada é parecida com o equipamento usado para a realização de hemodiálise e separa o plasma por meio de centrifugação ou filtração, podendo ser usada em patologias graves.

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