Janela aberta

Prazos eleitorais serão emblemáticos na definição dos atores políticos que irão para os palanques em outubro de 2018


Por Tribuna

25/02/2018 às 07h00

A partir do dia 7 de março estará aberta a janela partidária. Trata-se de um artifício criado pelo Congresso, por meio da Emenda Constitucional 91, de 2016, que estabelece a possibilidade, excepcional e por período determinado, de desfiliação partidária, sem prejuízo do mandato. Em outras palavras, significa dizer que, durante um período específico – 30 dias -, parlamentares podem mudar de partido sem correr o risco de perder seus mandatos, conforme prevê a lei de fidelidade partidária.

A janela, coincidentemente, fica aberta até 7 de abril, data derradeira para desincompatibilização de eventuais candidatos – salvo reeleição – que precisam deixar seus postos para subir aos palanques de 2018. Dois casos são emblemáticos para o eleitor juiz-forano por envolver exatamente o governador e o prefeito. Fernando Pimentel não precisa sair se mantiver o propósito de disputar mais um mandato, mas, se optar por outro posto, o Senado, como tem sido especulado, tem que passar o cargo para o seu vice, e desafeto, Antônio Andrade.

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O prefeito Bruno Siqueira, citado em todas as listas do MDB, seja para disputar o Senado, seja para a Câmara dos Deputados, podendo até mesmo tentar uma volta à Assembleia, deve anunciar sua posição antes do prazo derradeiro, provavelmente na Semana Santa.

As duas decisões são emblemáticas para o tabuleiro político. O governador, em saindo do Executivo, altera completamente a bolsa de apostas e as composições políticas dentro e fora do seu partido, o PT. Por enquanto, garante que seu projeto é de reeleição, mas política não é um exercício lógico.

Já o prefeito ainda avalia suas possibilidades. Suas chances de sair já foram mais consolidadas. Agora, nem tanto, sobretudo pelo cenário econômico que pode retornar para as prefeituras a capacidade de implementação de projetos importantes, hoje inviável ante a crise que afeta todo o país. Cumprir um mandato de quatro anos e executar toda a sua agenda de campanha pode ser um fator para o futuro. Sair agora é um salto no escuro, sobretudo pela ambiguidade da direção estadual, vítima de um enfrentamento quase pessoal de seus líderes que compromete as demais candidaturas.

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