Marcus Pestana evita falar em candidatura ao Governo de Minas

Sobre a possibilidade de ser o escolhido, deputado federal disse que política é destino


Por Renato Salles

22/02/2018 às 20h11- Atualizada 22/02/2018 às 20h14

Parlamentar juiz-forano tergiversou, mas não descartou a possibilidade (Foto: Fernando Priamo)

Deputado federal juiz-forano, Marcus Pestana (PSDB) tem evitado comentar sobre especulações surgidas em torno de seu nome sobre uma possível indicação para disputar o Governo de Minas Gerais nas eleições de outubro. Tal possibilidade começou a ser ventilada após deliberação dos sete parlamentares tucanos que exercem mandato na Câmara dos Deputados, na última terça-feira (20), quando indicaram que o caminho a ser seguido pelo partido na sucessão estadual é o da candidatura própria. Tão logo foi feito o anúncio, a mídia nacional colocou Pestana e o também deputado federal Domingos Sávio (PSDB) como apostas.

Nesta quinta-feira (22), também começou a pipocar a hipótese de que o tucanato mineiro possa realizar prévias a fim de definir uma candidatura. Sobre a possibilidade de ser o escolhido, Pestana afirmou que política é destino. “A gente não deve procurar construir caminhos artificialmente, que passem por uma vontade unilateral”, desconversou, em entrevista concedida nesta quinta ao programa Pequeno Expediente da Rádio CBN Juiz de Fora.

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Indagado novamente se aceitaria o desafio de encabeçar uma chapa tucana, o parlamentar juiz-forano tergiversou, mas não descartou a possibilidade. “Me sinto preparado. Fui três vezes secretário estadual – uma vez de Planejamento e duas de Saúde – e já ocupei a função de ministro em exercício tanto nas Comunicações quanto do Meio Ambiente. Tenho experiência parlamentar. O desafio de governar Minas não me assusta. Mas não é uma questão de aspiração pessoal. Acho que o meu momento era o de 2014. A gente não lida com hipótese”, desconversou, defendendo que o nome do ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) seria a escolha natural do partido, apesar de o atual senador ter se mostrado reticente com a possibilidade de retornar ao Governo.

Em meio a uma série de críticas direcionadas ao PT e a atual gestão do governador Fernando Pimentel (PT), Pestana classificou como um equívoco especulações que ganharam as mídias nos últimos dias de que a defesa de uma candidatura própria do PSDB ao Governo de Minas integraria uma estratégia voltada a garantir a reeleição do senador Aécio Neves (PSDB) para mais oito anos no Congresso. “Isto é um equívoco. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. A candidatura do senador Aécio Neves, se houver, depende de um processo autônomo”, afirmou, reforçando entendimento pessoal de que Aécio foi vítima de uma “armadilha”, que colocou o nome do ex-governador em maio a uma série de denúncias no âmbito da operação Lava Jato.

Para destacar que a decisão de lançar um candidato ao Governo faz parte de um planejamento partidário para o estado, Pestana destacou que a atual oposição necessita reunir forças para implantar um novo projeto em Minas. “Para produzir isto, é preciso uma convergência das forças oposicionistas. Precisamos construir através do diálogo um nome que agregue, que una e que acene para uma proposta vitoriosa. O próximo governador terá que tomar medidas duras.

O desajuste orçamentário do Governo de Minas é dramático. Não é um prêmio ser governador de Minas na atual circunstância. É uma situação muito desafiadora”, afirmou, considerando que outros nomes colocados como pré-candidatos como o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), o deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB) e o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Dinis Pinheiro (PP) não teriam sido capazes de arregimentar tais forças.Por fim, o deputado federal afirmou que o PSDB mineiro considera como consenso a candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), à Presidência da República.

Tal entendimento também pesou na decisão do tucanato mineiro seguir pela estrada da candidatura própria ao Governo de Minas. “Consciente de que precisamos ter um palanque forte para a candidatura de Geraldo Alckmin e o protagonismo que tivemos em Minas Gerais nas últimas décadas, resolvemos apontar para a candidatura própria. Mas sem apontar para nomes” reforçou Pestana, que chegou a figurar como pré-candidato à sucessão estadual nas eleições de 2014, mas acabou tendo seu nome preterido diante da escolha do ex-prefeito de Belo Horizonte, Pimenta da Veiga (PSDB), como candidato tucano. Na ocasião, Pimenta teve um desempenho fraco nas urnas, e o PSDB se viu fora da chefia do Executivo estadual após três mandatos consecutivos, diante da vitória de Pimentel ainda em primeiro turno.

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