Projeções de Mailson

Por Paulo Cesar Magella

11/02/2018 às 07h00 - Atualizada 10/02/2018 às 14h39

Na palestra que fez para os convidados do Grupo Bahamas, na terça-feira, quando a empresa anunciou suas metas para 2018, o ex-ministro Mailson da Nóbrega não escondeu sua preferência pela candidatura do governador Geraldo Alckmin. Utilizando um projetor, apresentou três possíveis cenários para 2018: o primeiro, com uma possibilidade de 20%, na eventual eleição de um candidato populista, tendo como causa a excessiva fragmentação do centro político, e um segundo turno envolvendo o ex-presidente Lula e o deputado Jair Bolsonaro. Nesse caso, o país mergulharia numa grave crise ante a queda da confiança. No segundo cenário, com chance de 10%, ocorreria a eleição de um outsider, cuja causa seria uma demanda maior por ética e renovação política. O vencedor seria um novato, inexperiente em política. A consequência seria a ingovernabilidade, que levaria o país a uma crise política e econômica. O terceiro cenário, com probabilidade de 70%, seria a eleição de um candidato de centro, cuja causa está na possibilidade de esse segmento formar uma coalizão vencedora. O eleito provável iria induzir a um ciclo virtuoso de reformas e de crescimento. Como consequência, o país veria renascer a esperança de um futuro promissor.

Sem censura

Aos 86 anos – fará 87 em 18 de junho -, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está convencido de que pode falar o que pensa sem se importar com a repercussão. E tem dado trabalho. Embora reafirme que apoiará o ex-governador Geraldo Alckmin, numa eventual disputa para a Presidência, deixou como pauta para após o carnaval uma dor de cabeça: ele acha que o apresentador Luciano Huck tem o perfil ideal para o PSDB, sobretudo por não ter desgaste e representar o sangue novo, o que, na sua avaliação, faz falta à legenda. Os correligionários do governador reagiram, mas foram impedidos de criticar FHC pelo próprio Alckmin. Mesmo contrariado, ele quer a bênção do ex-presidente.

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Quer debates

Além de estacionado nas pesquisas, empatado com o próprio Huck, que nem candidato é – ainda -, Alckmin também tem outra pedra no sapato. O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, que gosta de um bom embate e é também postulante à indicação do PSDB, disse que quer as prévias, mas está cobrando a realização de pelo menos quatro debates com o governador. Um desses encontros seria em Manaus, e o outro, em São Paulo. Virgílio sabe que dificilmente ganhará a indicação, mas não esconde seu inconformismo com a nova tentativa de Alckmin, que já foi derrotado pelo ex-presidente Lula, que se reelegeu nas eleições de 2006.

Pode mudar

Num cenário sem a presença do ex-presidente Lula, o apresentador Luciano Huck torna-se um dos nomes mais visíveis. Essa possibilidade tem gerado discussões no seu próprio grupo, embora não haja nada definido. Ele estaria disposto a rever sua decisão de não disputar, mas quer garantias. Um outro problema é a preocupação da TV Globo, que não quer se ver no meio do debate eleitoral por conta de um de seus funcionários. Huck já foi informado que não apenas ele, mas sua mulher, Angélica – que tem programa na grade nacional aos sábados -, também teria que se afastar, mesmo que temporariamente. E aí, a questão passa para o plano pessoal entre o possível candidato e seus familiares.

Eduardo Valente

Eduardo Valente

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